1 ano sem a rainha: biógrafo revela erro de Elizabeth 2ª antes de sua morte
Há um ano, a rainha Elizabeth 2ª morreu de causas naturais em Balmoral, na Escócia, após um reinado de 70 anos.
A longa e intensa vida da monarca mais longeva do Reino Unido é tema da biografia "A Rainha" (Editora BestSeller), de Andrew Morton, lançada em agosto no Brasil. Morton ganhou notoriedade nos anos 90 pelo bombástico livro "Diana: Sua verdadeira história", escrito com a ajuda da princesa. Lady Di enviou, em segredo, gravações para o jornalista por um amigo intermediário.
Em entrevista a Splash, o autor avaliou os últimos anos de Elizabeth e afirmou que a rainha cometeu erros ao lidar com o escândalo sexual envolvendo o príncipe Andrew.
Em 2021, Andrew foi acusado de abuso sexual por Virginia Giuffre, uma das vítimas do empresário Jeffrey Epstein. Ele sempre negou as acusações e, à época, deu uma entrevista "desastrosa" à BBC. Andrew e Virginia fizeram um acordo extrajudicial no ano passado. O príncipe também perdeu seus títulos militares e de "Sua Alteza Real", sendo afastado de suas funções públicas.
Andrew era o filho predileto da monarca, afirma Morton, que diz ter confirmado essa informação em diversas ocasiões. "Depois da morte do príncipe Philip, ele comprou cachorros para ela e estava sempre lá. O fato de ele ter se envolvido com Jeffrey Epstein foi um tremendo choque para ela e para todo mundo, porque não é o tipo de comportamento que se espera de um membro da família real."
A rainha errou ao ser muito permissiva com Andrew. "Para a rainha, quando alguém cometia alguma transgressão contra a monarquia, era o fim. No caso de Andrew, ela o mimou. Ela o mimou até ao concordar que ele deveria dar aquela entrevista desastrosa, a famosa entrevista que ele concedeu à BBC. E ela deu o sinal verde, o 'ok', para aquilo. Isso foi um erro. Andrew fez papel de bobo. A rainha não pode escapar de críticas nesse caso."
Ela também errou ao não escutar aos conselhos de Charles e William. "Ela deveria ter reconhecido a preocupação de Charles e William, que sentiam que Andrew não deveria aparecer na televisão."
Elizabeth 2ª estava 'mais livre' nos últimos anos de reinado
Para Morton, a rainha estava muito mais confiante e popular no que chamou de "crepúsculo" de seu reinado. Naquele período, a monarca adotou uma postura menos conservadora e reservada, mais aberta e acessível. O autor cita as esquetes de que a rainha participou nos Jogos Olímpicos de 2012, com James Bond, e no Jubileu de Platina, com o Urso Paddington.
Essa mudança está ligada à morte de duas pessoas muito próximas da rainha, segundo ele. "No novo século, ela não precisava dar satisfação para ninguém. Ela não precisava responder à princesa Margaret. Ela não precisava responder à Rainha-Mãe, que interferia muito, era bem conservadora e não gostava de mudanças. Em tudo que a rainha tentava fazer, sempre precisava enfrentar a mãe, que agia, como falamos no Reino Unido, como uma 'motorista de banco de trás' [alguém que insiste em dar instruções para quem está dirigindo]".
Mais à vontade, a rainha realizou um desejo antigo e inusitado: o de colocar as mãos no bolso do casaco. "Quando a mãe dela faleceu, ela obviamente ficou profundamente chateada, mas isso deu a ela a chance de fazer o que quisesse. Um clássico exemplo é a história de quando ela foi questionada por sua costureira: 'Qual é o seu maior desejo?'. Ela respondeu: 'Quero um suéter com bolsos em que eu possa colocar minhas mãos, porque quando eu era criança, não me deixavam fazer isso.' Ela era impedida pela rainha Mary e também por sua própria mãe, a Rainha-Mãe. E é interessante, ela acabou tirando um retrato com as mãos nos bolsos."
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