Kayky Brito: o que dizem os depoimentos à polícia sobre o acidente do ator
A Polícia Civil apura as circunstâncias do atropelamento do ator Kayky Brito, 34, na madrugada do último sábado (2), na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O artista, que sofreu politraumatismo e traumatismo cranioencefálico após ser atingido por um carro de aplicativo, permanece internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
De acordo com a 16ª DP, que é a responsável pela investigação, o motorista do veículo, Diones Coelho da Silva, e algumas testemunhas já foram ouvidas ao longo dos últimos dias. Na quarta-feira (6), o apresentador Bruno De Luca, que estava com o ator, também foi à delegacia prestar depoimento.
"Um amigo da vítima prestou depoimento e afirmou que não percebeu no dia que era ele que tinha sido atropelado. A delegacia aguarda o laudo pericial, que está em fase de conclusão, para relatar o inquérito e encaminhar ao Ministério Público", informou a Polícia Civil, por meio de nota enviada a Splash.
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Bruno de Luca, apresentador e amigo
Bruno de Luca disse à polícia que viu o atropelamento de Kayky na Avenida Lúcio Costa, no sábado (2), mas soube que o ator foi a vítima do acidente apenas no dia seguinte.
Segundo os documentos obtidos pela reportagem, o apresentador achou que Kayky tivesse ido embora antes do atropelamento e que não se recorda como foi embora da Avenida Lúcio Costa, onde estava com o ator.
Bruno viajou para São Paulo planejando assistir aos shows do festival The Town. Ele soube do acidente ao tentar falar com o ator no dia seguinte, informou em depoimento.
Ângelo Lages, delegado titular da 16ª DP, aponta o apresentador como a principal testemunha do caso, já que Kayky foi até o carro do amigo minutos antes do atropelamento e parece pegar "algo" na porta do passageiro. O delegado também questionou os motivos que levaram Bruno a abandonar o carro na praia e não prestar socorro a Kayky.
"Quero entender melhor o que aconteceu. Quem socorreu? Quem chamou o socorro? Pra onde ele foi depois do acidente? Por que abandonou o carro dele no local e foi embora de táxi? O que o Kayky foi buscar no carro, ele é a principal testemunha, precisa nos explicar toda a circunstância do acidente", disse o delegado.
Edivan Martins, funcionário do quiosque
Edivan Martins, funcionário que trabalha no quiosque Dona Marta, prestou depoimento no mesmo dia. Na saída da delegacia, ele deu detalhes da conversa com o delegado. Ele contou que Bruno e Kayky chegaram bem ao local e beberam vodca antes do acidente.
De acordo com o funcionário, os dois não chegaram ao local alcoolizados. "Eles chegaram bem. Eles chegaram conversando, brincaram comigo e se sentaram no deck, atrás do bar. Eles ficaram brincando, pediram as bebidas para eles beberem, vodca, energético. E isso. Eles estavam tranquilos."
Edivan contou que eles pediram seis doses de vodca. "Cada um bebeu três, e um energético", lembrou. Ele também ressaltou que nunca tinha visto Bruno e Kayky no local: "Trabalho ali há dois anos. É a primeira vez".
O funcionário, que estava aguardando o ônibus quando viu o acidente, disse que Bruno ficou desesperado com o acidente. "Ele gritou. Não lembrou muito o que ele gritou. Botou a mão na cabeça e ficou andando de lá e para cá. E nisso eu saí de perto dele e fui perto do Kayky. E foi chegando gente. Quando eu voltei para o quiosque, bem depois, ele já não estava mais."
Diones Coelho da Silva, motorista de aplicativo
O motorista de aplicativo Diones Coelho da Silva, 41, já prestou depoimento e no mesmo dia se prontificou a fazer o exame para detectar álcool, substância tóxica ou entorpecente no organismo.
A reportagem teve acesso ao resultado do laudo, que aponta que ele não havia consumido nada alcoólico ou qualquer substância de efeito análogo.
No boletim de ocorrência, registrado como lesão corporal culposa, quando não há intenção do ato, Diones disse que Kayky cruzou a pista repentinamente correndo, que ele trafegava na faixa da esquerda quando tentou desviar, jogando o carro para a faixa da direita. Mesmo assim, não conseguiu evitar a colisão.
Maria Estela Lima, passageira
Maria Estela Lima, passageira do carro que atropelou Kayky, negou que o motorista estivesse em alta velocidade. Ela esteve na 16ª DP, na segunda-feira (4), e contou detalhes do acidente. Segundo O Globo, a dentista entrou no carro na saída do Shopping Península e estava a caminho do condomínio Barramares.
"Ele não estava em excesso de velocidade, ele estava bem tranquilo. Durante a colisão, o meu corpo nem foi tanto para a frente. O motorista estava em uma velocidade tranquila, mas eu estava muito nervosa porque estava com a minha filha. Eu teria percebido se ele estivesse correndo muito e teria pedido para ele reduzir a velocidade porque eu estava com a minha filha", afirmou Maria Estela.
A dentista chegou às 16h na delegacia e permaneceu por 2 horas. Ela ainda contou que o motorista estava bem abalado, após o acidente. "Ele foi muito atencioso durante todo o percurso e também depois do atropelamento. Ele ficou bem abalado e parece ser uma pessoa bem tranquila".