Tiro, cirurgias, luta pela vida: o que se sabe sobre o ataque a Mingau
O músico Rinaldo Oliveira Amaral, 56, conhecido como Mingau, segue internado em estado grave em São Paulo.
O baixista do Ultraje a Rigor foi baleado na cabeça no último sábado (2), em Paraty (RJ).
Em um novo boletim médico, de hoje, foi informado que "o paciente está sedado, sob ventilação mecânica e recebendo suporte clínico para controle da pressão intracraniana".
Veja tudo que se sabe até agora sobre o caso:
O que aconteceu?
Mingau foi baleado na cabeça na Praça do Ovo, no bairro Ilha das Cobras, em Paraty (RJ), na noite de sábado (2). Ele completou 56 anos no dia seguinte. A informação foi divulgada primeiro por Roger Moreira, vocalista do Ultraje a Rigor, na rede social X, o antigo Twitter.
Mingau tem uma pousada em Paraty, e estava na cidade a negócios.
Ele foi transferido para o Hospital São Luiz Itaim, em São Paulo, no domingo (3), em um helicóptero com UTI móvel. O primeiro atendimento aconteceu na noite de sábado, no Hospital Municipal Hugo Miranda, que disse que o artista deu entrada com um caso grave de ferimento por projétil de arma de fogo no crânio.
Estado de saúde
Na tarde de domingo, Mingau passou por uma cirurgia intracraniana de emergência. O procedimento durou 3h30, e Mingau voltou à UTI, sedado e intubado.
Na terça (5), a equipe médica do hospital disse que o artista está "lutando pela vida". "Ele está em estado grave e lutando pela vida. [...] Esse tipo de trauma é um processo que leva tempo, é o dia a dia. Todos os dias damos suporte, é um processo lento. Estamos torcendo e trabalhando para a melhora", disse o Dr. Thiago Romano. Na coletiva, também foi informado que a bala atravessou a cabeça de Mingau e que não havia resíduos do projétil no crânio.
Na quarta (6), a família de Mingau pediu doações de sangue para o músico. As doações podem ser feitas em São Paulo ou em Santo André. Na capital paulista, a família indicou o banco de sangue na Rua Tomás Carvalhal, 711, próximo ao Metrô Paraíso. Em Santo André, as doações podem ser feitas na Avenida Dom Pedro II, 877, no bairro Jardim.
Ontem (7), o músico passou por uma nova cirurgia, que durou 2h30. "O procedimento de craniectomia descompressiva foi indicado pelo neurocirurgião Manoel Jacobsen Teixeira, responsável pelo caso, com a finalidade de auxiliar no controle da pressão intracraniana", informou o boletim médico.
Mingau segue em estado grave, na UTI, sedado e intubado, conforme o boletim médico mais recente, de hoje.
Investigação do caso
Ainda no domingo (3), a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar o caso.
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Quero receberUm amigo que acompanhava mudou sua versão em depoimento à polícia, segundo a Folha de S.Paulo. O homem teria dito a policiais, inicialmente, que teria ido ao local com Mingau para comprar drogas. Depois, na delegacia, teria dito que os dois estavam lá para comprar um lanche.
No mesmo dia, um suspeito foi preso após uma denúncia anônima. Com ele, foram encontradas uma pistola calibre 40, drogas, dois carregadores e kit rajada. "[A arma] será encaminhada para exame de perícia [...] No local do crime foram recolhidos estojo e projétil do mesmo calibre da arma apreendida", disse a polícia na ocasião.
"Outros três acusados foram identificados e diligências seguem para localizar os envolvidos. A investigação está em andamento", informou a Polícia Civil, em nota.
Na segunda (4), o delegado responsável pelo caso disse que conseguiu "fechar o quebra-cabeça" do caso. "Os integrantes dessa facção praticam o tráfico de forma armada e, nesse caso, o veículo da vítima entrou em um local, precisamente na Praça do Ovo, onde nós temos uma boca de fumo, um local conhecido como ponto de compra e venda de drogas ilícitas. É uma área perigosa, que deve ser evitada", disse Marcello Russo ao Brasil Urgente (Band).
Segundo ele, o carro de Mingau pode ter "assustado" os criminosos. "Ao passar no quebra-molas, segundo informações, tenha talvez chamado a atenção de forma que assustou os criminosos e eles efetuaram esse disparo contra o veículo", completou o delegado.
Há suspeita de que os outros três participantes do ataque contra Mingau, que já foram identificados, tenham saído da cidade. "Estamos fazendo buscas e solicitando informações anônimas para tentar efetuar a prisão dos três foragidos. A polícia está trabalhando em busca de alguma pista que forneça a localização deles, já que suspeitamos que eles não estejam mais em Paraty", explicou o delegado Marcello Russo, da 67ª DP, em entrevista ao Extra publicada nexta sexta-feira (8).
Identidade revelada. A polícia chegou nos três suspeitos após suas identidades serem reveladas com a prisão de João Vitor da Silva, conhecido como Relíquia, apontado pelos investigadores como um dos chefes do tráfico da região. A Justiça expediu mandados de prisão temporária na quarta-feira (6).
Mingau passava pelo bairro Ilha das Cobras quando teve o carro alvejado por criminosos. De acordo com as investigações, ele teria entrado na comunidade com uma picape escura, passando com "certa velocidade" em cima de um quebra-molas.
Ação deixou traficantes em alerta. Segundo a polícia, o carro era de grande porte, tinha cor escura e película de vidro, o que dificultava a identificação de quem dirigia. Os traficantes teriam ficado desconfiados porque uma semana antes do ataque contra Mingau, houve uma operação contra o tráfico na região.
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