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Polícia encerra investigações e indicia agressor de Victor Meyniel

A Polícia Civil indiciou Yuri Moura Alexandre por lesão corporal, injúria por homofobia e falsidade ideológica contra o ator Victor Meyniel.

Além dele, o porteiro do prédio onde Meyniel foi agredido, Gilmar José Agostini, também foi autuado "por omissão de socorro", disse a Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (08).

Em coletiva de imprensa, o delegado João Valentim Neto afirmou que mais ninguém será ouvido e as investigações estão encerradas. Para Splash, a Polícia Civil disse que o caso foi enviado à Justiça e Yuri "foi autuado por lesão corporal, injúria por homofobia e uso de documento falso".

O delegado também rebateu a versão da amiga de Yuri, que alegou que Meyniel foi inconveniente com o médico. "Ele entendeu que, sob a perspectiva dele, não estava sendo inconveniente. A Polícia Civil concluiu a investigação e já remeteu todos os elementos produzidos após o flagrante à Justiça".

As lesões foram praticadas por Yuri pela intolerância e por conta da "repulsa" de ter sido "chancelado de gay", disse o delegado Valentim. "Ficou claro para a Polícia Civil que, além das lesões corporais, houve, sim, atos homofóbicos contra Victor Meyniel. Além do uso do documento falso".

Procurados pela reportagem, os advogados de Victor Meyniel afirmaram que consideram acertado o indiciamento do agressor, bem como do porteiro, e "esperam que o Ministério Público siga pelo mesmo caminho e ofereça a denúncia."

O que aconteceu

O ator foi espancado na área comum de um prédio em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, na madrugada de domingo (3). A defesa fala em crime de homofobia.

Segundo a advogada Maíra Fernandes, que representa o ator, os dois se conheceram em uma boate, e Yuri convidou Victor para ir até seu apartamento. Ele disse que dividia a casa com uma amiga que estava fazendo plantão e que, portanto, o local estaria vazia. Lá, eles conversaram, beberam e ficaram.

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A atitude de Yuri teria se transformado com a chegada da amiga, por volta das 7h30. Conforme a defesa, a chegada da outra moradora pegou Yuri de surpresa e, neste momento, o rapaz teria se tornado agressivo. Ele empurrou Victor para fora do apartamento. O ator, que estava descalço, pediu seus sapatos de volta para poder ir embora. Os mesmos foram jogados por Yuri através da porta.

Victor desce por um dos elevadores, e Yuri desce pelo outro, e ambos se encontram na portaria. Neste momento, Victor teria perguntado o que ocasionou a mudança de comportamento de Yuri: 'O que aconteceu, ninguém sabe que você é gay?'. Este teria sido o questionamento que ocasionou as agressões.

Conforme a defesa de Victor, a pergunta sobre sexualidade, feita perto de onde estava sentado o porteiro, teria sido o que deixou Yuri transtornado. Depois disso, ele desfere uma sequência de socos em Victor, que aparece em imagens da câmera de segurança caído no chão.

O que diz a defesa de Yuri

A defesa de Yuri de Moura, preso em flagrante após espancar com socos o ator, não comenta o motivo do crime cometido na madrugada do último domingo.

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Na sentença, obtida por Splash, o juiz de direito Bruno Rodrigues Pinto afirma que Yuri já foi casado com outro homem, mas que isso não o impede de cometer injúria por homofobia.

"Importante registrar que, embora custodiado já tenha sido casado com outro homem e possua interesse em pessoas do mesmo sexo, tais fatos não impedem que ele tenha praticado o delito de lesão contra a vítima e a injuriado por homofobia."

Em contato com Splash, o advogado Lucas Oliveira diz que as agressões não se deram em razão da orientação sexual do Yuri ou do Victor. Ainda afirma que o agressor sempre foi seguro de sua sexualidade e que nunca omitiu ser gay a familiares, amigos, colegas de faculdade e porteiro, portanto, não cometeu injúria, "que ocorre quando a pessoa tem a intenção de ofender a honra de outra."

A defesa de Yuri confirma que os dois foram juntos a casa do agressor, onde beberam, conversaram e se beijaram, mas nega que o estudante de medicina tenha se transformado com a chegada da amiga que divide o mesmo apartamento, por volta das 7h30.

"Em momento nenhum a chegada da outra moradora fez o Yuri se tornar agressivo, até porque Yuri havia informado a ela que estava bebendo em casa com o Victor, tendo solicitado a abertura de um vinho que a ela pertencia, inclusive."

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