Enganadora do pop, cantora alemã Kim Petras faz o pior show do The Town

Ficou para o último dia o show mais constrangedor do The Town. Bastaram duas ou três canções para perceber que a alemã Kim Petras é uma enganação de grandes proporções. Seu som é um rascunho do pior pop eletrônico europeu, que parece ter saído diretamente no início dos anos 1990, época em que a picaretagem rolava solta no hit parade de países como Alemanha, Espanha e Itália.

Música após música, embora seja difícil distinguir quando acaba uma e começa outra, Kim Petras canta gritando sobre bases de batidas eletrônicas bem simplória, pontuadas por sons daqueles manjados tecladinhos Casio. Aliás, os acordes são praticamente os que já vem pré-programados nesses pequenos teclados.

Tudo vira uma coleção de clichês pop antiquados, resultado de uma preguiça atroz. Além disso, a performance da alemã com seus bailarinos é amadora, imperdoável em tempos de tanta variedade dançante no TikTok. Para completar, o visual de boneca, exagerado até nestes tempos de ressaca da recente Barbiemania.

Não é o caso de questionar a escalação de Kim Petras no palco principal do The Town — mesmo com shows poderosos de Pabllo Vittar, Jão e Gloria Groove em palco menor —, mas de reavaliar sua simples presença num festival desse tamanho. Um desastre.