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Letícia Sabatella desabafa sobre diagnóstico de autismo: 'Muito libertador'

A atriz Letícia Sabatella, 52, fez vídeos nas redes sociais para comentar a repercussão de sua fala recente sobre o diagnóstico de grau leve do TEA (transtorno do espectro autista).

Nas publicações, ela deu detalhes sobre a aceitação do autismo: "Quantas vezes eu perdia a amizade ou as pessoas ficavam magoadas comigo porque eu não conseguia sair de casa. Eu não conseguia ir ao cinema, porque é uma experiência sensorial muito forte, como se eu tivesse tendo um sonho premonitório que iria definir a minha vida, de tão sensível".

Para Sabatella, ter sido diagnosticada, mesmo tardiamente, foi libertador: "Há um tempo atrás eu estava fazendo algumas perguntas, pedindo uma luz. Porque eu sempre me senti, desde criança, que às vezes eu despertava acordada para uma consciência que me pegava de uma hora para outra".

Primeiro diagnóstico foi da filha

A atriz é mãe de Clara, de 30 anos, fruto da relação - já terminada - com o também ator Ângelo Antonio. Algumas características da filha despertaram atenção para que a família buscasse apoio médico.

"[Ela] tem um amor e compaixão pelas pessoas que é muito peculiar. Nunca percebi uma pessoa que se sentisse diminuída ao lado da minha filha. Foi a partir de um diagnóstico que ela recebeu — e que ela foi muito madura pra me fazer compreender, porque eu mesma tive preconceito em relação a isso —, é que eu comecei a aprender sobre isso", afirmou.

A atriz falou que acredita que a compreensão das coisas ocorre quando as pessoas estão preparadas, e também exaltou o papel da filha: "Quando a gente fala de um diagnóstico, a primeira coisa que eu falo é: eu sou mãe de uma mulher que é muito especial, muito linda, que desde os oito anos de idade demonstra uma capacidade de observação muito grande das pessoas".

Clara está sempre à minha frente me ensinando. Sempre disse pra ela 'você não é só um diagnóstico'. Ninguém é só um diagnóstico. Na verdade, todos nós somos diversos, estamos neurodiversos de algum jeito. Mas existe uma nomenclatura aplicada para pessoas que não são típicas na nossa sociedade que fala da neurodiversidade. Eu gosto muito dessa nomenclatura, na verdade acho que é a melhor. Mas é muito interessante saber que todas as pessoas são muito próprias
-- Letícia Sabatella

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Vida pós-diagnóstico

Recebimento de um diagnóstico tardio: "Por um lado, receber um diagnóstico tardio, faz entender que [nada na vida até aqui] foi limitante. Pra Clara também. Ela já fez muitas coisas que se ela fosse se atentar a um tipo de olhar, ou um tipo de compreensão do diagnóstico, ela não achar que poderia ser capaz de fazer".

Confiança afetada desde a infância. "O cuidado é: o diagnóstico aliviaria muitas tensões, talvez traria muito mais inclusão em escola, em ambientes de demanda ou protegem também, me protegeria de algumas roubadas, de algumas crenças, medos, insegurança, de autoestima prejudicada", destacou Sabatella, sobre como poderia ter sido um diagnóstico quando criança.

Ela fala porque é positivo receber o diagnóstico: "Eu comecei a achar muito interessante o diagnóstico por conviver com pessoas e compreender as pessoas que lidam com isso e que percebem o alívio que isso traz. O diagnóstico é menos estigmatizante do que os adjetivos, que podem vir reducionistas. Esses sim que podem taxar".

Autismo em adultos

Apesar de ser uma condição identificada na maioria das vezes ainda na infância, o autismo vem sendo diagnosticado com cada vez mais frequência em adultos. O TEA (transtorno do espectro autista) apresenta vários graus, e sua identificação pode passar despercebida se não for dada a devida atenção.

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O diagnóstico tardio de autismo é frequentemente causado pela falta de acesso a informações, ao sistema de saúde e por dificuldades emocionais ou financeiras dos pais.

Geralmente, os diagnósticos tardios estão relacionados a casos leves de autismo, em que as pessoas conseguem levar uma vida autônoma e funcional.

Após o diagnóstico, o paciente é encaminhado a especialistas que podem auxiliá-lo na superação de suas limitações. Sem o suporte apropriado, essas limitações podem se tornar mais inflexíveis, resultando em um processo mais lento de melhoria dos sintomas em adultos.

A ausência de um diagnóstico de autismo e a falta de suporte adequado podem levar a dificuldades sociais e acadêmicas, frequentemente desencadeando outros transtornos, como ansiedade e depressão, devido à sensação de ser diferente ou sofrer bullying.

Quais sinais indicam autismo?

Os sintomas típicos do autismo em adultos incluem:

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  • Dificuldade em reconhecer emoções;
  • Desafios na interação social;
  • Alta sensibilidade sensorial;
  • Rigidez mental e dificuldade em compreender pistas sociais;
  • Adultos autistas frequentemente enfrentam problemas na socialização e na interpretação de comunicações não verbais;
  • Hiperfoco no trabalho;
  • Aversão a mudanças na rotina;
  • Hipersensibilidade a estímulos sensoriais, como ruídos altos, também são sinais comuns.

Além desses indícios, o autismo em adultos é frequentemente associado a comorbidades psicológicas, como ansiedade, depressão, TDAH, TOC e irritabilidade emocional, bem como a problemas fisiológicos, como distúrbios gastrointestinais, distúrbios do sono e dificuldades motoras.

*Com informações de reportagem publicada por VivaBem em 08/09/2023.

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