Grohl conseguiu de novo: Foo Fighters faz show de lavar a alma no The Town

Dave Grohl sabe tudo dessa coisa de fazer rock para estádios. É a banda perfeita para uma plateia de 100 mil pessoas, como a massa presente em Interlagos na 4ª noite do The Town. Não faz um rock inovador, não se preocupa com mudar a vida das pessoas, mas sim em dar duas ou três horas para quem é do rock esquecer da vida.

Se o Foo Fighters é energia e emoção, mais ainda quando vem tocar em Interlagos, onde o grupo se apresentaria no ano passado, no Lollapalooza, show suspenso pela morte do baterista Taylor Hawkins na véspera. Agora, com Josh Freese nas baquetas, a banda tirou o atraso dos fãs com hits bem conhecidos, mas sempre poderosos.

Grohl bem que se esforça para dar espaço aos integrantes da banda, mas é impossível desassociar o pique do Foo Fighters de sua figura nervosa, elétrica mesmo. O vocalista e guitarrista (e um eterno baterista) é daquelas estrelas de rock que se entregam ao show como se fosse o último de sua vida. Assim, algumas canções são perfeitas para mostrar a força e o entrosamento da banda, uma das mais afiadas da cena rock das últimas décadas.

Mas certos números dependem da performance pessoal de Grohl e são momentos de pico no show, como "Best of You", "My Hero" e "Times Like These", esta cantada em parte numa versão lenta, com coro emocionante da plateia.

O Foo Fighters não é adepto desses roteiros de show que vão criando climas, às vezes começando numa pegada mais leve para depois explodir em peso enquanto a apresentação vai correndo. O negócio da banda é meter o pé na porta, abrindo a noite com "All My Life", "The Pretender" e "No Son of Mine".

Em seguida, a coisa incendiou de vez comum de seus hits mais antigos, "Learn to Fly". Aí, com o público já nocauteado, foi a hora de começar a testar o repertório do álbum mais recente, "But Here We Are", lançado em julho. E "Rescued" teve aprovação imediata.

Tudo interligado por brincadeiras com a plateia, improvisos, solos dos integrantes da banda e muitas piadas. Na apresentação dos músicos, uma recepção calorosa para o novo baterista ("O cara sem o qual a gente não poderia estar aqui esta noite", disse Grohl) e covers curtos de Ramones e Nine Inch Nails. Um show do Foo Fighters nunca é igual a outro.

Daí para o final, Grohl brincou de desafiar a plateia perguntando se ela estava cansada. E ele, incansável, continuou emendando sucessos: "These Days", "Generator", "Aurora" (anunciada por Grohl como a canção do Foo Fighters que Taylor Hawkins mais gostava), "The Glass", "Monkey Wrench", "Best of You" e, como era inevitável chegar ao momento de acabar, o fechamento com "Everlong".

Pouco mais de duas horas de show para lavar a alma. Dave Grohl e seus amigos mais uma vez arrasaram.

1 comentário

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Augusto Henrique Rodrigues Filho

Sou fã do seu medina desde 1985 quando fui picado pela mosquinha do rock in rio I. Parabéns seu roberto. Estive em interlagos hoje com 55 anos. Estava tudo perfeito. Apenas acho que deveria ter mais espaço entre os dois palcos principais, teve um pouco de dificuldade de passar ali. Fui no show do foo fighters. Abs e boa sorte.

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