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Alexandre Garcia vira alvo da PF e AGU por 'fake news' sobre tragédia no RS

Alexandre Garcia vai ser investigado por "fake news" em relação à tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul Imagem: Reprodução/CNN Brasil

Colaboração para Splash, em São Paulo

11/09/2023 11h56

Alexandre Garcia se tornou alvo de investigações da Polícia Federal e da AGU (Advocacia-Geral da União) por divulgar "fake news" em relação às causas da tragédia no Rio Grande do Sul, em decorrência das fortes chuvas que atingiram o estado na semana passada.

O que aconteceu:

Tentativa de responsabilizar o PT. No programa "Oeste Sem Filtro", da revista Oeste, na última sexta-feira (8), Alexandre Garcia disse ser "preciso investigar" a tragédia no estado porque, segundo o jornalista, "não foi só a chuva" que causou as enchentes que deixaram pelo menos 46 mortos.

Segundo Garcia, "no governo petista foram construídas, ao contrário do que recomendavam as medições ambientais, três represas pequenas, que aparentemente abriram as comportas ao mesmo tempo. Isso causou uma enxurrada".

AGU acusa Garcia de propagar inverdades. No X, antigo Twitter, o advogado-geral da União, Jorge Messias, acusou o jornalista de mentir sobre a tragédia no Sul, e determinou que a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia apure as declarações de Alexandre.

Determinei à Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia a imediata instauração de procedimento contra a campanha de desinformação promovida pelo jornalista. É inaceitável que, nesse momento de profunda dor, tenhamos que lidar com informações falsas.

Flávio Dino pediu à PF que apure "fake news". O ministro da Justiça e Segurança Pública também usou as redes sociais para repudiar inverdades em relação à tragédia no Rio Grande do Sul. Sem citar nominalmente Alexandre Garcia, Dino destacou que "fake news é crime, não é piada ou instrumento ilegítimo de luta política", e reiterou que a PF "adotará as providências previstas em lei".

Esse crime é ainda mais grave quando se refere a uma crise humanitária, pois pode gerar pânico e aumentar o sofrimento das famílias.

O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Paulo Pimenta, endossou Dino. "Muito bom! Não vamos permitir pessoas sem escrúpulos disseminarem mentiras nesse momento de dor".

A postagem de Dino foi enderaçada a Garcia, mas também ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). O parlamentar compartilhou um vídeo gravado pela médica Samara Braum, em que ela alega que doações enviadas ao Rio Grande do Sul estariam sendo retidas até que o presidente Lula (PT) vá visitar o estado, com o objetivo de "fazer fotos, vídeos e publicações em cima das doações".

Posteriormente, Samara Braum se retratou. Em novo vídeo, a médica se desculpou e disse ter se "equivocado". "Eu acabei de me expressando errado porque estava muito revoltada no momento. Eu falei, sim, sobre o presidente Lula, me expressei errado pela raiva".

Gustavo Gayer excluiu a postagem em que havia replicado o vídeo com fake news da médica, e repostou a gravação em que ela se retrata.

Lula viajou para a Índia, onde participou de uma reunião da cúpula do G20 e assumiu a presidência do bloco econômico. Na ausência do petista, o presidente em exercício é Geraldo Alckmin (PSB), que visitou o estado gaúcho e anunciou uma série de medidas do governo federal para ajudar a minimizar os impactos das chuvas.

Tragédia no RS

Na última semana, o Rio Grande do Sul foi duramente afetado por chuvas intensas e uma tempestade extratropical que deixaram 46 mortos e mais de quatro mil desabrigados. 46 pessoas seguem desaparecidas.

O governo federal anunciou o repasse de R$ 741 milhões às cidades atingidas pelas chuvas no estado. O montante será utilizado para a reconstrução de moradias, pavimentação de ruas, recuperação de estradas e limpeza, aquisição de alimentos para os moradores, reconstrução de hospitais e compra de remédios para a população, obras viárias após a destruição das estradas nas cidades afetadas, entre outros.

O governo Lula também determinou pagamento de um auxílio de R$ 800 que começa a ser pago nesta segunda-feira (11) às prefeituras dos municípios atingidos. O valor será divido em duas parcelas de R$ 400.

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