Efeito Mandela: o que faz você acreditar que assistia Dragon Ball no 11/9?
Do UOL, em São Paulo
11/09/2023 17h45
Hoje (11), 22º aniversário do ataque que abalou o mundo ao atingir as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York (EUA), uma discussão persistente nas redes sociais brasileiras voltou à tona: a alegação de que a Globo teria interrompido um episódio crucial da série "Dragon Ball Z" para noticiar o atentado. Isso, no entanto, não aconteceu.
O fenômeno é conhecido como "Efeito Mandela", quando um grupo de pessoas acredita firmemente que algo ocorreu de determinada maneira, mesmo que não seja factual.
Na realidade, o anime era transmitido pela Globo como parte do programa Bambuluá, que começava aproximadamente às 9h20 (horário de Brasília), com "Dragon Ball Z" sendo exibido por volta das 11h15.
O ataque à primeira torre do World Trade Center ocorreu cerca de 8h45 (horário de Brasília), e o plantão da Globo levou menos de 15 minutos para interromper a programação regular, encerrando a exibição de "Garrafinha".
Uma outra parte do mito que se revela falso está relacionada ao capítulo que supostamente seria transmitido naquela data. Muitos ainda acreditam erroneamente que Goku atingiria o Super Sayajin nível 3 (episódio 245) em 11 de setembro de 2001.
No entanto, a verdade é que o episódio programado para aquele dia era o número 237, intitulado "Vegeta luta por seus entes queridos".
Afinal, o que é Efeito Mandela?
A expressão "Efeito Mandela" foi cunhada por Fiona Broome, uma norte-americana que se autodenomina "pesquisadora paranormal".
Broome compartilhou sua própria experiência de falsa memória, na qual erroneamente acreditava que o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela (1918-2013) teria falecido na prisão nos anos 1980.
Essa percepção levou Broome a notar que diversas outras pessoas também partilhavam da mesma lembrança incorreta, o que a levou a escrever um artigo sobre essa experiência em seu site pessoal.
A partir daí, o conceito de memórias falsas compartilhadas começou a se disseminar em diversos fóruns, sites e, mais tarde, nas redes sociais.
Desde então, inúmeros exemplos do "Efeito Mandela" têm sido amplamente compartilhados e discutidos na internet.
* Com informações de reportagens publicadas em 11/09/2020 e 14/10/2022.