The Town: brasileiros deram show e colocaram muitos gringos no chinelo
Os brasileiros se destacaram na primeira edição do festival The Town, que chegou ao fim neste domingo (10), em São Paulo. É certo que Bruno Mars foi o grande protagonista do evento, com dois shows na mesma edição, mas algumas atrações nacionais não ficaram para trás.
The Town provocou as artistas brasileiras a se movimentarem e apresentarem novidades ao público. Nomes como Luísa Sonza, Pitty, Ludmilla, IZA, Pabllo Vittar, Gloria Groove e Jão realizaram shows que deixaram muitos gringos no chinelo. Diferentemente do que alguns saudosos dizem por aí, a nossa música está vivíssima!
Jão, o último cantor a apresentar show inédito no festival ontem, levou efeitos especiais e pirotecnia ao palco The One. O cenário era composto por um grande dragão cenográfico, mas não parou por aí: ele surpreendeu ao tocar piano com as mãos pegando fogo, além de sobrevoar o palco quase no final da performance. Sem falar que as músicas do novo álbum, "SUPER", já estavam na boca do povo.
As cantoras Luísa Sonza e IZA são outros nomes que também aproveitaram a repercussão do festival para lançar um álbum e estrear um show novo por lá. As duas se apresentaram às 16h, abrindo o palco Skyline nos dias 2 e 10, respectivamente, e conquistaram uma plateia lotada apesar do horário, em especial Luísa — responsável por passear pelo pop, funk e até bossa nova no recente hit "Chico", dedicado ao namorado.
Apesar de não apresentar músicas novas, Gloria Groove também levou um show inédito ao festival, o "Noites de Glória", que se destacou pelo número de profissionais envolvidos — 43 pessoas no total, incluindo banda, coro gospel e balé. Pitty também apresentou uma performance inédita. No dia do rock, protagonizado pela banda Foo Fighters, misturou a sua guitarra potente com uma orquestra.
Pabllo Vittar investiu mais de R$ 1 milhão em seu primeiro show com banda da carreira e provou que sabe agradar uma multidão. A drag queen se apresentou no palco secundário, em pleno final de tarde, com público de atração de palco principal. Foi uma das melhores apresentações da carreira. "Com banda ou sem banda, eu sou o show", disse ela.
Já Ludmilla investiu ainda mais: R$ 3 milhões para fazer o melhor show do dia 7 de setembro, desbancando o headliner do dia, a banda Maroon 5, que fez um show sem energia. A "Danada" surgiu dentro de um cofre de ouro e desfilou hits marcantes do seu repertório, que caminha entre o funk, o pop e o pagode.
Na primeira edição do festival The Town, foi comum ouvir coros mais fortes nos shows feitos por brasileiros na parte da tarde que nas apresentações internacionais durante a noite. A alemã Kim Petras, por exemplo, em sua primeira passagem pelo Brasil, apresentou show que não justificou sua escalação no palco principal do festival.
A primeira edição evidencia que precisamos deixar de lado o complexo de vira-lata e enaltecer o que há de melhor aqui — claro, sem deixar de acolher quem vem de fora. The Town, assim como o seu irmão carioca, Rock in Rio, pode quebrar a regra de colocar brasileiros apenas nos primeiros horários e dar os melhores para os artistas internacionais.
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