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Alexandre Garcia celebra investigação após ser alvo da AGU: 'Transparência'

Alexandre Garcia, 82, se pronunciou após se tornar alvo de investigações da Polícia Federal e da AGU (Advocacia-Geral da União) por supostamente divulgar "fake news" em relação às causas da tragédia no Rio Grande do Sul, em decorrência das fortes chuvas que atingiram o estado na semana passada.

O jornalista se pronunciou em um vídeo para seu canal do YouTube.

O que Garcia disse

O jornalista argumentou que não faz "campanha de desinformação". "Como assim 'campanha'? Eu dei uma resposta em um programa ao vivo, cujas perguntas eu não conhecia", diz.

Garcia diz estar "muito feliz" que o caso tenha sido encaminhado à Procuradoria Nacional de Defesa à Democracia. "Eu defendo os valores da democracia, o poder que emana do povo, a nação maior que o estado [...], a liberdade de expressão e a transparência".

Jornalista diz não querer "um novo Brumadinho" e cobra por transparência. "Será que se tivesse transparência em Brumadinho teria acontecido a tragédia?"

Eu acho que essa determinação do Advogado Geral da União ajuda por luz em busca da transparência sobre as três barragens. Alexandre Garcia

Garcia diz que sua fala no Programa Oeste Sem Filtro foi cortada. O jornalista conta que viveu 20 anos na região das enchentes, e que conhece bem o local. Ele também afirma que, quando respondeu à pergunta, usou apenas as informações disponíveis na imprensa: a de que os prefeitos pediam informações da Ceran (Companhia Energética Rio das Antas), empresa que gerencia as barragens, e também de que a PGR de Bento Gonçalves havia oficiado a companhia. O jornalista ressalta que sua fala não foi "campanha" de desinformação, mas apenas uma cobrança por transparência.

Garcia diz que a nota oficial da Ceran só saiu no dia seguinte à sua fala. "Se eu tivesse a nota oficial naquela noite, eu leria [...] Tem que investigar. Obrigado, senhor Advogado Geral da União, porque isso chama atenção para uma investigação. Não é uma questão de passado, é uma questão do que aconteceu no presente e do que pode acontecer no futuro, porque pode ter uma nova enxurrada", diz.

O jornalista afirma ainda que consultou um engenheiro, que teria ressaltado que as comportas em uma barragem servem para evitar que se rompa a estrutura.

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Garcia também comemorou que o Ministério Público vai investigar a possibilidade de as barragens contribuírem para a enchente. "O objetivo está sendo atingido", disse.

O que aconteceu:

Tentativa de responsabilizar o PT. No programa "Oeste Sem Filtro", da revista Oeste, na última sexta-feira (8), Alexandre Garcia disse ser "preciso investigar" a tragédia no estado porque, segundo o jornalista, "não foi só a chuva" que causou as enchentes que deixaram pelo menos 46 mortos.

Segundo Garcia, "no governo petista foram construídas, ao contrário do que recomendavam as medições ambientais, três represas pequenas, que aparentemente abriram as comportas ao mesmo tempo. Isso causou uma enxurrada".

AGU acusa Garcia de propagar inverdades. No X, antigo Twitter, o advogado-geral da União, Jorge Messias, acusou o jornalista de mentir sobre a tragédia no Sul, e determinou que a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia apure as declarações de Alexandre.

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Determinei à Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia a imediata instauração de procedimento contra a campanha de desinformação promovida pelo jornalista. É inaceitável que, nesse momento de profunda dor, tenhamos que lidar com informações falsas.


Flávio Dino pediu à PF que apure "fake news". O ministro da Justiça e Segurança Pública também usou as redes sociais para repudiar inverdades em relação à tragédia no Rio Grande do Sul. Sem citar nominalmente Alexandre Garcia, Dino destacou que "fake news é crime, não é piada ou instrumento ilegítimo de luta política", e reiterou que a PF "adotará as providências previstas em lei".

Esse crime é ainda mais grave quando se refere a uma crise humanitária, pois pode gerar pânico e aumentar o sofrimento das famílias.

O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Paulo Pimenta, endossou Dino. "Muito bom! Não vamos permitir pessoas sem escrúpulos disseminarem mentiras nesse momento de dor".

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Lula viajou para a Índia, onde participou de uma reunião da cúpula do G20 e assumiu a presidência do bloco econômico. Na ausência do petista, o presidente em exercício é Geraldo Alckmin (PSB), que visitou o estado gaúcho e anunciou uma série de medidas do governo federal para ajudar a minimizar os impactos das chuvas.

Tragédia no RS

Na última semana, o Rio Grande do Sul foi duramente afetado por chuvas intensas e uma tempestade extratropical que deixaram 47 mortos e milhares de desabrigados. 46 pessoas seguem desaparecidas.

O governo federal anunciou o repasse de R$ 741 milhões às cidades atingidas pelas chuvas no estado. O montante será utilizado para a reconstrução de moradias, pavimentação de ruas, recuperação de estradas e limpeza, aquisição de alimentos para os moradores, reconstrução de hospitais e compra de remédios para a população, obras viárias após a destruição das estradas nas cidades afetadas, entre outros.

O governo Lula também determinou pagamento de um auxílio de R$ 800 que começa a ser pago nesta segunda-feira (11) às prefeituras dos municípios atingidos. O valor será divido em duas parcelas de R$ 400.

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