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Nanda Costa, Déa Lúcia: famosos repudiam projeto contra união homoafetiva

Déa Lúcia, mãe de Paulo Gustavo, aproveitou a participação no Domingão do Huck (Globo) para criticar a votação do projeto de lei que pretende proibir o casamento homoafetivo no Brasil.

"Agora está em pauta aí [no Congresso] querendo acabar com o casamento homoafetivo, que é o caso do meu filho [Paulo Gustavo], que é o caso do Carmo [Dalla Vechia , que também estava no programa] [...] A gente não pode permitir que acabe com o casamento homoafetivo. Eu vou brigar, eu vou brigar por isso", disse.

Paulo Gustavo, que morreu em 2021 em decorrência da covid-19, era casado com o médico Thales Bretas, com quem teve dois filhos, Gael e Romeu, por meio de barriga de aluguel. Os meninos nasceram em agosto de 2019.

A mãe do humorista não está sozinha. Outros famosos também manifestaram indignação em relação ao projeto em publicações nas redes sociais.

A atriz Nanda Costa compartilhou um vídeo com a mulher, Lan Lanh. "Olha aqui minha certidão de casamento civil com Lan. Estão querendo anular a nossa certidão. Estão querendo acabar com o casamento de pessoas do mesmo sexo. Eu não acredito que eu esteja aqui nesse dia de sol, em pleno 2023, exausta e tendo que lutar por isso, uma coisa que já nos foi dada há dez anos, e a extrema-direita está tentando acabar com a gente."

A publicação ganhou o apoio de nomes como Renato Goes, Maria Gadú e Sophie Charlotte. "Chega de retrocesso, ódio e perseguição ao amor", comentou também a atriz Paolla Oliveira.

Até 2011, os cartórios eram obrigados a pedir uma autorização judicial para registrar uniões homoafetivas. E a sorte do casal dependia do magistrado que julgasse o caso, que em muitos casos negava o pedido. A justificativa era a ausência de lei, que, vale lembrar, continua não tendo sido contemplada no Congresso Nacional.

O que mudou em 2011 foi uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que igualou uniões estáveis homoafetivas às heteroafetivas. Mas foi só a partir da Resolução nº 175, de 2013, do CNJ, que foi autorizado o casamento civil em todos os cartórios do país.

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O que está em discussão

O projeto de lei original, que versava sobre direitos dos cônjuges em um relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, é de autoria de Clodovil Hernandez, apresentador e deputado federal que morreu em 2009.

A relatoria passou para as mãos do Pastor Eurico (PL-PE), que alterou a proposta de Clodovil e a transformou em um texto que proíbe equiparar a união homoafetiva ao casamento.

O assunto estava em discussão na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, mas a votação foi adiada após pedido de vista.

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