Quem são os condenados pela morte de Rafael, filho de Cissa Guimarães
Condenados pelo envolvimento na morte do filho de Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, Roberto e Rafael Bussamra, pai e filho, se entregaram na quarta passada (13) na Vara de Execuções Penais, no Rio de Janeiro. Eles foram encaminhados nesta quinta (14) para a Cadeia Pública José Frederico Marques, Benfica, na zona norte.
O que aconteceu:
Na madrugada de 20 de julho de 2010, Rafael Mascarenhas, filho de Cissa Guimarães e Raul Mascarenhas, foi atropelado por Rafael Bussamra no túnel Acústico, na Gávea, que hoje recebe seu nome na zona sul do Rio de Janeiro.
Rafael, de 18 anos, andava de skate com dois amigos no túnel interditado quando o carro dirigido por Bussamra passou em alta velocidade e atropelou Mascarenhas.
O filho de Cissa Guimarães foi levado ao Hospital Miguel Couto com vida, mas morreu pela manhã. Ele teve politraumatismos na cabeça, no tórax, nos braços e nas pernas.
Rafael Bussamra chegou a ser parado por policiais, mas não foi levado à delegacia, porque prometeu que seu pai, Roberto Bussamra, pagaria uma propina de R$ 10 mil aos PMs.
Segundo a denúncia, Roberto também combinou que os agentes levariam o veículo que atropelou Mascarenhas para uma oficina antes do início da investigação. Ainda em 2010, Marcelo José Leal Martins e Marcelo de Souza Bigon foram expulsos da Polícia Militar do Rio de Janeiro por violarem a ética e o dever policial. Dois anos depois, ambos foram condenados a cinco anos de prisão em regime semiaberto.
Em setembro de 2010, a investigação do caso foi concluída. Rafael Bussamra foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e por mais três crimes: fraude processual (adulteração de provas), corrupção ativa e afastamento do local do acidente para fugir à responsabilidade penal. Já Roberto Bussamra foi indiciado por corrupção ativa e inovação artificiosa em caso de acidente automobilístico por corromper PMs que atenderam ao chamado.
Em 2015, pai e filho foram condenados pela primeira vez. Os dois foram presos no início de janeiro de 2015, sendo soltos pela concessão de habeas corpus. Eles recorreram da sentença no TJ-RJ que, em 2016, reverteu a pena em prestação de serviços à comunidade.
Na ocasião, Cissa Guimarães lamentou:
Saio do julgamento do processo do meu filho Rafael Mascarenhas com o peso da sentença: três anos e alguns meses de serviço comunitário por homicídio para o atropelador/assassino do meu filho. Três anos e alguns meses de serviço comunitário por corrupção para o pai do atropelador/assassino do meu filho. Ficarão livres prestando serviços comunitários. Fico pensando que depois de terem feito isto, que serviços comunitários perigosos essas pessoas prestarão à nossa sociedade. Medo. Tristeza. Injustiça.
A decisão de 2016 foi revertida em 2018. No mês passado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ordenou a prisão de Roberto e Rafael. Pai e filho, se entregaram na quarta passada (13) na Vara de Execuções Penais, no Rio de Janeiro.
Rafael vai cumprir 3 anos e 6 meses pelo crime de homicídio culposo, dos 12 anos e 9 meses a que estava condenado. Já Roberto vai cumprir 3 anos e 10 meses por corrupção, em regime semiaberto —fora inicialmente condenado a 8 anos e 11 meses.
Depois de 13 anos de espera, esse momento chegou. Treze anos da maior dor do mundo e sempre com medo que a impunidade vencesse, mas ela não venceu! Essa vitória é de todos nós contra a impunidade! Cissa Guimarães, no Instagram, após pai e filho se entregarem
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