Mingau: O que se sabe sobre o caso duas semanas após tiro na cabeça
O baixista Mingau, do Ultraje a Rigor, foi baleado na cabeça no último dia 3 de setembro em Paraty (RJ), e está internado desde então. Enquanto a polícia investiga as circunstância do ataque, o músico segue internado na UTI no Hospital São Luiz do Itaim, em São Paulo.
O que se sabe sobre o estado de saúde de Mingau?
Rinaldo Amaral, 56, foi socorrido inicialmente ao Hospital Municipal Hugo Miranda, em Paraty. Ele foi baleado na cabeça na madrugada do dia 3.
A Secretaria de Estado da Polícia Militar afirmou a Splash que equipes da 2ª CIPM (Companhia Independente de Polícia Militar) foram à Ilha das Cobras, em Paraty, para verificar uma ocorrência com vítima de disparo de arma de fogo. Ao chegar ao local, o fato foi constatado.
O baixista foi transferido a São Paulo em um helicóptero com UTI móvel. Com o estado do baixista, considerado grave, Paraty não tinha estrutura para os atendimentos necessários, segundo a agente da banda, Sammantha Donadel.
Com quadro de saúde delicado, Mingau está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde então. Ele está sendo atendido por uma equipe sob a coordenação do neurocirurgião Manoel Jacobsen Teixeira.
Na noite do dia 4 de setembro, domingo, o artista foi submetido a uma cirurgia intracraniana de emergência. "O procedimento durou cerca de 3h30. O quadro clínico é grave, e o paciente seguirá aos cuidados da Unidade de Terapia Intensiva, sedado e mantido sob ventilação mecânica", disse o boletim do hospital assinado pelo neurocirurgião.
Em coletiva de imprensa realizada no dia 5, o neurocirurgião e representantes da UTI do hospital da Rede D'Or explicaram que o músico estava sedado e controlando a hipertensão craniana.
"Atendemos o Mingau no domingo, nós fizemos os exames clássicos e adequados para a situação —incluindo exames de imagem da cabeça aos pés. Ele foi para o centro cirúrgico, uma vez que havia traumatismo craniano, para prevenir infecções e remover situações de coágulos que se formam no tecido traumatizado. Tudo foi feito de acordo com as normas e as técnicas adequadas. Ele está em uma unidade neurointensivista. Operações futuras podem ser necessárias, mas só o tempo irá dizer. Na UTI se fazem exames e se avaliam", informou o cirurgião Manoel Jacobsen Teixeira.
Dr. Thiago Romano, coordenador médico da Unidade de Terapia Intensiva (responsável pelo acompanhamento) explicou a situação: "Traumas dessa magnitude apresentam 3 fases: trauma, inchaço cerebral e vigilância (despertar, controle infeccioso). Hoje o Mingau está sedado e está na fase de controle da hipertensão craniana. Prognosticar um paciente nesse momento é difícil. Estamos ao lado dele em todo momento, dando todos os cuidados".
Próximos passos necessitam de reação do tecido cerebral. "Hoje é difícil estabelecer um prognóstico devido às condições biodinâmicas. A cirurgia não terminou, nós a fizemos na fase aguda e ele está em observação. Caso seja necessário, faremos outra. O cirurgião opera, e a UTI trata das condições biodinâmicas após o operatório", falou o Dr. Jacobsen.
Na quarta-feira (6), ele foi submetido a uma segunda cirurgia. "O procedimento de craniectomia descompressiva foi indicado pelo neurocirurgião Manoel Jacobsen Teixeira, responsável pelo caso, para auxiliar no controle da pressão intracraniana, e durou cerca de 2h30", informou a unidade.
No dia 12, Mingau passou por uma traqueostomia e, desde o dia 9, a sedação vinha sendo reduzida gradativamente. Ele segue respirando com a ajuda de aparelhos —ou seja, com ventilação mecânica.
No boletim divulgado hoje, o hospital explicou que Mingau foi retirado da sedação, e que o processo de desmame da ventilação mecânica foi iniciado. O músico ainda não despertou e segue na UTI, com quadro considerado estável.
O que se sabe sobre as investigações?
A Polícia Militar do Rio de Janeiro já prendeu dois suspeitos de envolvimento no tiroteio. João Vitor da Silva, conhecido como Relíquia, está preso desde o dia 3. Na sexta (15), Ray Limeira Belchior, 19, também foi preso.
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Quero receberAinda há mais dois suspeitos, segundo a polícia. Já existem mandados de prisão temporária, expedidos pela Justiça desde o dia 6.
Um inquérito para investigar o caso foi aberto pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no dia 3. Um amigo que acompanhava Mingau teria mudado a versão em depoimento à polícia, segundo a Folha de S.Paulo.
O homem teria dito aos policiais, inicialmente, que foi ao local com Mingau para comprar drogas. Depois, na delegacia, teria dito que os dois estavam lá para comprar um lanche.
O delegado responsável pelo caso disse que conseguiu "fechar o quebra-cabeça" do caso, na segunda-feira (4), em entrevista ao Brasil Urgente (Band). "Os integrantes dessa facção praticam o tráfico de forma armada e, nesse caso, o veículo da vítima entrou em um local, precisamente na Praça do Ovo, onde nós temos uma boca de fumo, um local conhecido como ponto de compra e venda de drogas ilícitas. É uma área perigosa, que deve ser evitada", disse Marcello Russo.
Segundo ele, o carro de Mingau pode ter "assustado" os criminosos. "Ao passar no quebra-molas, segundo informações, tenha talvez chamado a atenção de forma que assustou os criminosos e eles efetuaram esse disparo contra o veículo", completou o delegado.
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