Tudo o que sabemos até agora sobre as acusações contra Russell Brand
Durante o final de semana, vieram à tona quatro diferentes acusações de estupro, abuso sexual e abuso emocional contra Russell Brand, 48.
Os casos teriam acontecido entre 2006 e 2013, quando ele estava no auge de sua fama. Na época, ele era apresentador na BBC e atuava em filmes de Hollywood. Entre 2010 e 2012, ele também era casado com a cantora Katy Perry.
Entenda os quatro relatos:
Uma das vítimas diz que foi estuprada por Brand contra a parede da casa dele em Los Angeles após se recusar a fazer sexo com um amigo do ator. No mesmo dia, em julho de 2012, ela buscou ajuda num centro contra violência sexual, cujos registros foram verificados pelo jornal The Times. A investigação conduzida pelos veículos The Sunday Times, The Times e Channel 4 Dispatches analisou mensagens de texto entre os dois em que ela afirma: "Quando uma garota diz NÃO, significa não". Russell Brand, então, responde que sente muito.
Outra mulher conta que foi abusada por Russell Brand quando ela tinha 16 anos e ele, 31. Os dois se conheceram na praça Leicester Square, em Londres, quando ele puxou um vestido de sua sacola de compras e afirmou: "Você vai usar isso no nosso encontro esta semana". Ela teria informado sua idade, mas ele não se importou — segundo a vítima, ele a ensinou formas de esconder a relação de seus pais. Durante o caso, que teria durado três meses em 2006, ela conta que era chamada de "a criança", e que sofria manipulação emocional. Em uma ocasião, Brand teria colocado o pênis na boca dela à força, fazendo-a engasgar. Segundo a vítima, ele só parou quando ela lhe deu um soco na barriga.
Uma terceira vítima diz que trabalhava na casa de Russell Brand em Los Angeles quando ele tentou estuprá-la. Ela afirma que o conheceu em uma reunião dos Alcoólicos Anônimos e, em 2013, foi contratada pelo ator. Um dia, ele tentou beijá-la à força e retirar suas roupas: "Eu gritava: o que você está fazendo, por favor pare, você é meu amigo", disse à reportagem. Um outro funcionário estava no lado de fora da residência e, depois, pediu desculpas por não tê-la ajudado após ouvir seus gritos. Ela diz que Russell ameaçou processá-la caso ela contasse para alguém.
A quarta denunciante afirma que, além do abuso sexual, também sofreu violência física e emocional. Em um livro publicado em 2014, ela diz que namorou Russell Brand por seis meses em 2007, e que um dia ele a agrediu num hotel no Reino Unido após descobrir uma conversa dela com um ex-namorado. O ator teria entrado num surto de raiva e rasgado a capa do celular dela para remover a bateria do aparelho. Em seguida, ele a "tocou sexualmente", segundo o relato — a vítima diz que "não estava pronta para a intrusão" e que não consentiu com o ato. Ela não quis ser entrevistada, mas afirmou ao Sunday Times que o que escreveu no livro continua válido.
Russell Brand negou as acusações
O ator postou um vídeo se defendendo na sexta-feira (15), um dia antes da publicação das reportagens. "Eu recebi duas cartas extremamente perturbadoras, ou uma carta e um e-mail, um de uma emissora de TV da mídia tradicional e uma de um jornal, listando uma ladainha de ataques extremamente revoltantes e agressivos", diz no vídeo.
Ele afirma que era "promíscuo" na época dos relatos, mas que sempre teve consentimento: "Essas alegações são do tempo em que eu estava trabalhando na grande mídia, quando estava nos jornais o tempo todo, quando eu estava em filmes, como escrevi extensivamente em meus livros, eu era muito promíscuo. Mas, durante o período de promiscuidade, meus relacionamentos eram consensuais. Eu era transparente quanto a eles e estou sendo transparente agora".
Repercussões
A editora do livro de Russell Brand suspendeu "qualquer publicação futura" com o ator. Em comunicado publicado na revista The Bookseller, a empresa Bluebird afirma: "Essas são alegações muito sérias e, tendo isso e conta, a Bluebird tomou a decisão de pausar qualquer publicação futura com Russell Brand".
O Channel 4, onde Brand iniciou sua carreira televisiva, instaurou uma investigação interna sobre o caso. Além de ter participado das investigações sobre as quatro acusações, a emissora disparou um e-mail para seus funcionários questionando se algum deles "tinha conhecimento sobre o suposto comportamento" do ator. O comunicado também ressaltava que a empresa reforçou suas garantias de anonimato em casos de denúncia.
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