'Meu pai jamais faria isso', diz filho de Faustão sobre 'furar' fila do SUS
Colaboração para Splash, em São Paulo
20/09/2023 17h54
João Silva afirmou que seu pai, Fausto Silva, "jamais" teria furado a filha do SUS (Sistema Único de Saúde) para conseguir realizar um transplante de coração — o apresentador estava internado com problemas cardíacos e foi transplantado no final de agosto.
O filho de Faustão abordou o assunto no podcast Inteligência Ltda. Ele classificou como fake news os rumores que surgiram nas redes sociais de que seu pai teria conseguido prioridade e urgência no transplante devido a sua condição financeira e o fato de ser uma pessoa famosa.
João também ressaltou que o SUS é um órgão sério e que estabelece critérios de prioridade para transplantes. Faustão corria risco de vida e, por isso, ocupava o segundo lugar na fila para ser transplantado, mas conseguiu realizar o procedimento cirúrgico antes porque a equipe médica da pessoa que estava no topo da fila recusou o órgão doado.
"A desinformação é muito grande. O SUS é muito sério em relação ao transplante de órgõas. Eu escutei cada besteira. As pessoas acabam achando [que] tem o negócio de comprar... Não existe isso daí, não tem no Brasil. Não existe. E primeiro que meu pai é um cara muito correto. Jamais que ele teria feito uma coisa desse tipo, tenho certeza", declarou.
O filho do apresentador também contou que Faustão ainda não conheceu os familiares do homem que doou o coração, e ressaltou que agora o apresentador deve "aproveitar a vida" após o transplante.
Fausto Silva recebeu alta do hospital no último dia 10 de setembro. O apresentador deve dar continuidade ao tratamento em casa para reabilitação após a cirurgia para receber o novo órgão. Em sua primeira fala depois de ser transplantado, Faustão agradeceu o apoio e as mensagens de carinho dos fãs.
Como funciona a fila de transplante do SUS:
A fila é única e controlada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Pacientes das redes pública e privada estão sujeitos aos mesmos critérios técnicos, que consideram tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, genética e gravidade — que varia de acordo com cada órgão. Quando há empate, a ordem de chegada funciona como um critério de desempate.
Critérios de gravidade. "No transplante cardíaco, por exemplo, o critério de prioridade número um é aquele paciente que foi transplantado e que o órgão não funcionou. Esse paciente passa na frente de qualquer outro paciente em lista. Esse é o primeiro critério de gravidade", completa a médica.
Os dados inseridos na fila não identificam quem são os pacientes de meio particular ou da rede pública.
Mais de 90% das cirurgias são feitas pelo SUS, mas pacientes que quiserem podem realizar o procedimento na rede particular, com seu médico de preferência. Independentemente da escolha, a captação do órgão continua sendo feita pela rede pública.
A doação de alguns órgãos pode ser feita por um doador vivo, mas a maioria vem apenas de uma pessoa já morta. Neste caso, a família do possível doador deve autorizar o procedimento.