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Kayky Brito recebe alta da UTI: o que falta esclarecer sobre o acidente?

Kayky Brito ganhou alta médica após 20 dias internado por atropelamento Imagem: Reprodução/Instagram
Filipe Pavão, Fernanda Talarico e Patrícia Calderón

De Splash, no Rio e em São Paulo e Colaboração para Splash

23/09/2023 07h07

Kayky Brito, 34, recebeu alta médica da UTI, na última sexta-feira (22), e agora inicia nova etapa da recuperação do atropelamento sofrido no Rio de Janeiro no quarto do hospital Copa D´Or.

Em paralelo à recuperação, a polícia trabalha na investigação do acidente. Eles aguardam um laudo da perícia para analisar se o motorista de app Diones da Silva estava dentro da velocidade permitida ou não.

Splash buscou especialistas para entender como pode ser o desfecho do caso Kayky Brito. O que acontece se laudo apontar velocidade acima do permitido? E se o motorista estava dentro da velocidade permitida, conforme apontam testemunhas e câmeras de segurança?

Se o laudo contrariar os depoimentos e informar que o motorista estava acima da velocidade de 70 km/hm, Diones pode ser autuado por lesão corporal culposa, ou seja, quando não há intenção de matar. A pena estipulada é de seis a dois anos de reclusão, além da suspensão da carteira de motorista, conforme art. 303 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

"Comete o crime do artigo 303 aquele condutor que ofende a integridade corporal ou a saúde de outra pessoa, por imprudência, negligência ou imperícia. Justamente por se enquadrar nessas três hipóteses, descaracteriza-se o dolo, ou seja, a vontade consciente de produzir, neste caso, o atropelamento", explica Jeyzel Credidio, advogado especializado em Direito Criminal.

Se o motorista Diones da Silva estava na velocidade permitida, como apontam testemunhas e câmeras de segurança, o caso deve ser arquivado pela autoridade policial porque se comprova que o motorista não teve culpa no acidente que aconteceu no início do mês. "Não havia possibilidade de prever que Kayky — ou qualquer outra pessoa — atravessasse de maneira abrupta, o que foi substancial para ocorrer o atropelamento", pontua Credidio.

Nesse caso, Kayky poderia, sim, ter que pagar indenização caso o motorista ajuizasse uma ação na esfera cível. "Embora não seja comum, é tecnicamente possível caso seja comprovado que Kayky teve uma conduta imprudente ou negligente ao tentar atravessar fora da faixa de pedestres, colocando-se em risco e causando danos ao motorista", diz Mozar Carvalho, sócio fundador do escritório Machado de Carvalho Advocacia.

O especialista ainda destaca que, de forma geral, mesmo em situações onde o pedestre tem uma conduta inadequada, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece que o motorista deve sempre conduzir o veículo para evitar acidentes. "Contudo, baseio-me sempre no princípio de que, diante da agitação urbana, um incidente inesperado como esse ilustra vividamente a emaranhada conexão entre o dever de conduzir com prudência e a inviolabilidade da vida humana", completa Carvalho.

Motorista não quer processar Kayky

Em conversa com Splash, Diones da Silva diz que não vai processar Kayky Brito. "Desde o começo, isso não está no meu coração", afirma.

Pelo contrário, ele quer manter contato com o ator para "falar do amor de Deus e conversar sobre as coisas que são do céu".

"Porque Jesus é o único que a gente deve seguir, é o nosso caminho, a gente só encontra paz nele, tudo que a gente precisa está nele. Eu creio que esse foi o propósito disso tudo. A maneira que Deus [age], a gente não entende, mas o propósito de Deus, creio que converge nisso. Então, não tenho nada contra ninguém. Tenho amor para transbordar na vida das pessoas."
Diones da Silva

O que aconteceu?

O ator foi atropelado nas proximidades do posto 6, na Barra da Tijuca, na madrugada do último dia 2. Ele sofreu politraumatismo e traumatismo cranioencefálico.

O acidente ocorreu quando ele atravessava a rua para buscar algo em um veículo. No retorno, foi atingido por um carro de aplicativo que transportava uma passageira e sua filha.

Inicialmente, Kayky foi encaminhado ao Hospital Miguel Couto e, posteriormente, transferido para o Hospital Copa D'Or.

Ele já respira sem ventilação mecânica e está sem sedação.

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