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STJ tranca ação de Edmundo contra comentarista Renata Mendonça por calúnia

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) trancou a ação penal em que o comentarista esportivo Edmundo acusava a jornalista Renata Mendonça de calúnia.

O ministro Messod Azulay Neto entendeu que a jornalista não cometeu crime ao dizer que o ex-jogador usou um argumento que reforçava um "clichê racista", em uma publicação nas redes sociais, em 2022.

"A suposta acusação de que uma fala 'repete um clichê racista' não contém qualquer imputação de crime, razão pela qual sobressai, de plano, a atipicidade da conduta narrada na queixa-crime. Ante o exposto, concedo o habeas corpus para trancar a ação penal privada instaurada contra a paciente, nos termos da fundamentação supra", justificou o ministro.

O advogado Djeff Amadeus, que é o responsável pela defesa de Renata, celebrou a decisão em conversa com a reportagem de Splash. "A jornalista, em nenhum momento, disse que o Edmundo era racista, na verdade, ela apontou que a frase utilizada por ele era um clichê racista. Então, isso também traz à tona a importância de que pessoas brancas estão estudando e fazendo letramento racial a fim de poder exercer um antirracismo", disse o advogado criminalista e anti-discriminatório.

A reportagem procurou a equipe de Edmundo, mas não obteve retorno até o momento. Se o fizer, o texto será atualizado.

O que aconteceu:

Em 2022, na Band, o comentarista disse durante a transmissão da final do Mundial de Clubes que o jogador Lukaku, do Chelsea, era "desprovido de técnica", citando apenas que ele seria diferenciado na força muscular.

Após o comentário, a jornalista Renata Mendonça fez um tuíte rebatendo a declaração. Segundo a comentarista, o argumento reforçava um "clichê racista".

"'Lukaku tem força física, mas é desprovido de técnica' mostra que: Não conhece o futebol de um dos melhores centroavantes do mundo atualmente", escreveu ela. "Repete um clichê racista de que jogadores negros são fortes fisicamente, mas não podem ter técnica/inteligência pra jogar", concluiu.

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