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'Vamos ser sinceros: o Tomorrowland não precisa do Alok'

Vamos ser sinceros, o Tomorrowland não precisa do Alok.

A afirmação de um dos DJs mais famosos do mundo causa estranhamento, principalmente por se tratar de uma das atrações principais do festival belga de música eletrônica, que este ano passa pelo Brasil entre 12 e 14 de outubro.

No entanto, no documentário "We Are Tomorrow", disponível no Amazon Music Unlimited, o brasileiro é uma espécie de protagonista e sua história e a de sua família são retratadas. A produção acompanha também participantes da festa com diferentes trajetórias até a celebração.

"Eu acho que a minha participação no documentário não está alinhada com a questão da relevância que eu tenho para o mercado eletrônico em si", disse em entrevista a Splash. "Mas exatamente por esse elo familiar, essa base cultural familiar que conta uma história."

Alok é filho dos DJs Adriana Peres Franco e Juarez Achkar Petrillo, conhecidos como Ekanta e Swarup e criadores do festival Universo Paralelo. Seu irmão gêmeo, Bhaskar, segue a mesma carreira musical.

"A gente conheceu a música eletrônica em Amsterdã. O Alok e o Bhaskar já iam com 5 anos para os festivais porque eu os levava. Depois disso, a gente se mudou para Alto Paraíso (GO). Quando estavam explodindo os festivais de Psy Trance lá, eles iam também. Depois começou o Universo Paralelo. Então todo esse contexto e toda essa cultura que eles viram, fez eles serem o que eles são hoje, inspiraram e ensinaram eles", contou Adriana a Splash.

O filho não esconde o quanto foi influenciado pelos pais em sua carreira. "Foi muito bonito ver [a participação deles no documentário], porque os meus pais foram as minhas maiores inspirações e o que faço é uma forma de honrá-los também. Trazê-los deixou a minha participação rica."

Eu me senti honrado de estar fazendo parte do documentário da Tomorrowland, porque, primeiro, eu conheci o Tomorrowland por meio de um aftermovie [vídeo feito após o festival], que, para mim, foi uma parada que revolucionou o imaginário coletivo da galera, de toda uma geração. Todo mundo queria ir lá conhecer.
Alok

Como surgiu o convite para o We Are Tomorrow. "Quando me falaram que o Tomorrowland ia fazer um aftermovie como documentário exatamente pautado nisso [do coletivo imaginário], é uma parada mais inovadora, e eu nem sabia o que esperar. Mas eu me senti honrado de ter sido selecionado, com certeza."

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O que falta para que a edição do festival no Brasil tenha a mesma proporção do europeu. "Ritmo. Constância. Porque o Tomorrowland da Bélgica está lá todos os anos, acontecendo, e aí começa a crescer mais [...] O Tomorrowland Brasil teve uma venda exponencial. Ele deu sold out sem nem anunciar as atrações. Mas eu acho que a partir do momento que as pessoas entenderem o Tomorrowland, se tudo der certo, ele vire um evento anual, as pessoas se programam para isso. E aí vai criando essa constância."

O festival no Brasil estreou em 2015 e vem crescendo. "É um evento internacional. O Brasil vai ter que abrir em dois finais de semana. Porque não vai dar para aguentar a demanda só do Brasil, é a demanda da América Latina, que é muito mais fácil do que ir para Europa. E muitos países não conseguem."

Qual dica Alok dá para quem vai para a primeira vez ao festival. "É você ir com a cabeça aberta para o Tomorrowland, porque realmente é uma experiência que não tem como você ir e sair a mesma pessoa. Não tem como. Você vai sair transformado. Tem uma energia ali, de uma parada coletiva, que está todo mundo muito entusiasmado e muito feliz e muito positivo para aquela parada."

Só que é um lugar que você pode se sentir livre, mas a gente sabe que tem uma segurança, com uma questão ali que tem um olhar ali para experiência da galera que tá participando. E é isso, cara. De verdade, independente de curtir ou não música eletrônica, acho que o Tomorrowland é um portal importante para as pessoas passarem e se conectarem com o segmento.
Alok

Assista acima à entrevista completa com Alok.

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