'Não acabou', diz defesa da família de Marília após homem ser condenado
De Splash, em São Paulo
29/09/2023 10h17Atualizada em 04/10/2023 13h28
Robson Cunha, advogado da família de Marília Mendonça, comentou a condenação de André Felipe de Souza Pereira Alves por vilipêndio a cadáver, por divulgar fotos da autópsia de Marília Mendonça e Gabriel Diniz.
André ainda foi condenado pelos crimes de divulgação de nazismo, xenofobia, racismo contra nordestinos, uso de documento público falso, atentado contra serviço de utilidade pública e incitação ao crime. No total, a pena é 8 anos de reclusão e 2 anos e 3 meses de detenção.
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"Que sirva de lição àqueles que imaginam ter imunidade para os crimes cometidos na internet. P.S: ainda não acabou... Vamos continuar indo atrás de cada um que divulgou esse material", escreveu Cunha nos Stories do Instagram.
André foi preso e condenado por divulgar as fotos, mas, até o momento, ninguém foi responsabilizado pelo vazamento das imagens.
A condenação
O juiz Max Abrahao Alves de Souza deliberou que "a natureza das fotografias expostas e os comentários realizados pelo réu através do seu perfil na então rede social Twitter demonstraram o inequívoco objetivo de humilhar e ultrajar os referidos mortos [...] Após estas considerações, é seguro concluir que o acusado, com vontade livre e consciente, vilipendiou os cadáveres de Marília Dias Mendonça e Gabriel de Souza Diniz".
Em seu extinto perfil no Twitter (agora X), André cometeu a lista de outros crimes pelos quais também foi condenado.
O regime inicial do cumprimento de pena será o semiaberto. Veja as penas para cada crime:
Vilipêndio a cadáver: 1 ano de detenção para cada crime (Marília Mendonça e Gabriel Diniz)
Divulgação do nazismo: 2 anos de reclusão
Crime de xenofobia: 2 anos de reclusão
Crime de racismo de procedência nacional: 2 anos de reclusão
Uso de documento falso: 1 ano de reclusão
Crime de atentado contra serviço de utilidade pública: 1 ano de reclusão
Incitação ao crime: 3 meses de detenção
O caso
Em abril, fotos da autópsia de Marília, exclusivas do inquérito policial, vazaram em grupos de WhatsApp. Na mesma semana, a PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) prendeu o suspeito por divulgar as imagens, morador de Santa Maria, no DF.
No interrogatório, André confessou que divulgou o conteúdo criminoso no Twitter — a rede social também teve de suspender o perfil do acusado, e fez isso com atraso de duas semanas.