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Morte de Lady Di: os mistérios que rondam a tragédia

A princesa Diana morreu aos 36 anos, há 26 anos, em um acidente de carro. A tragédia aconteceu no dia 31 de agosto de 1997, no túnel da Ponte de l'Alma, em Paris, na França.

Ela estava sendo seguida por paparazzi e acompanhada do namorado, o herdeiro egípcio milionário Dodi Al-Fayed, de um guarda-costas e do motorista. Al-Fayed e o condutor do veículo morreram na hora, e Diana morreu horas mais tarde, no hospital. O guarda-costas foi o único sobrevivente.

Ainda que a morte de Lady Di tenha ocorrido há décadas, há incógnitas e teorias da conspiração que rondam o caso. Relembre algumas delas.

Boatos de noivado e gravidez

Apesar de o romance entre Diana e Dodi ter sido revelado apenas três semanas antes do acidente, os boatos de um possível noivado começaram a surgir já no final de agosto de 1997.

Michael Cole, relações públicas de Fayed na época, disse em inquérito que Dodi havia dito a ele que pretendia se casar com Diana cerca de um mês antes do acidente.

Há também vídeos de baixa qualidade que mostram Claude Rolet, funcionário do Hotel Ritz, onde o casal estava hospedado na capital francesa, visitando uma joalheria nas redondezas e, mais tarde, levando um item para o quarto de Diana e Dodi no local. Na acomodação, um anel e uma nota fiscal com o registro de um "anel de noivado" foram encontrados.

Amigas próximas de Lady Di, inclusive a embaixatriz brasileira Lúcia Flecha de Lima, no entanto, negaram qualquer interesse da princesa em um casamento naquele período. Em uma ligação de telefone uma semana antes de sua morte, ela teria dito à socialite Lady Annabel Goldsmith que "precisava se casar como precisava de uma brotoeja no rosto".

Os boatos de que Diana estaria esperando um bebê foram reforçados pelo pai de Dodi, o milionário Mohamed Al-Fayed, que insistiu que a morte do casal foi encomendada pela Família Real britânica em razão da gravidez da Princesa e o noivado "iminente".

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Porém, a autópsia de Lady Di não apontou que ela estava grávida no momento do acidente e o envolvimento da realeza nunca foi provado.

Álcool no sangue do motorista

Durante as investigações, também se questionou a confiabilidade dos exames feitos no sangue do motorista Henri Paul. O nível de álcool no sangue de Paul estava três vezes acima do limite na França e ele tinha níveis "terapêuticos" de remédios antipsicóticos e antidepressivos em seu corpo.

A velocidade do carro também estava três vezes acima da permitida na via, e especialistas afirmaram que marcas no chão indicavam que Paul perdeu o controle do veículo antes de entrar no túnel.

Funcionários do bar do Hotel Ritz prestaram depoimento, e alguns disseram que o motorista não mostrava sinais de embriaguez, enquanto um deles afirmou que o motorista estava bêbado e "andando como um palhaço". Outras testemunhas afirmaram que ele dirigia de forma inconsequente.

As dúvidas quanto aos resultados dos exames surgiram porque o nível de monóxido de carbono no corpo de Paul também estava anormalmente alto, o que foi atribuído a um erro na manipulação das amostras.

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Possível colisão com um Fiat Uno

Uma análise da Mercedes em que Diana estava revelou traços de tinta que apontavam que o carro pode ter colidido de leve com um Fiat Uno branco.

Semanas depois, duas testemunhas afirmaram que viram um carro de mesmo modelo e cor pouco depois da batida. As autoridades francesas examinaram mais de 5 mil veículos, mas nunca encontraram o carro.

Em novembro de 1997, a polícia prendeu Thanh Le Van, um segurança que tinha um carro similar. O veículo foi pintado e mudou o para-choques pouco depois do acidente de Diana.

A revista Vanity Fair publicou que "uma análise química mostrou que a tinta original era compatível com a encontrada na Mercedes". No entanto, Le Van tinha um álibi: estava trabalhando no momento do acidente. Com isso, as investigações não seguiram em frente.

Dinheiro e suposta associação à agência de inteligência britânica

Um ano após o acidente, Richard Tomlinson, ex-espião britânico, disse ao jornal People que o acidente que matou Diana era similar a um plano do MI6, o serviço secreto britânico, de matar o ex-presidente da Sérvia Slobodan Milosevic.

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Segundo ele, o projeto incluía o uso de um forte flash de luz e um túnel. O britânico também sugeriu que o motorista Henri Paul poderia estar envolvido com o serviço secreto. Testemunhas que estavam no local do acidente disseram ter visto um forte flash de luz no momento da colisão.

No entanto, não há nenhuma evidência além do depoimento do espião de que Henri Paul estava envolvido com o MI6. As contas bancárias de Henri Paul também foram investigadas pela Polícia Metropolitana de Londres.

O motorista tinha 170 mil euros distribuídos em quinze contas bancárias, valor incompatível com seu salário. Ele também carregava dinheiro no momento do acidente.

Porém, sua família atribuiu a quantia a gorjetas generosas que Paul recebia dos hóspedes do Ritz Hotel, onde trabalhava na área de segurança. A polícia também não conseguiu provar que o dinheiro tinha alguma relação com o acidente ou foi obtido de forma indevida.

Bilhete misterioso

A princesa Diana teria conseguido prever que estaria num acidente de carro dois anos antes de sua morte, segundo um bilhete.

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A revelação veio à tona em meio às investigações da série documental "The Diana Investigations" ("A Morte da Princesa Diana"). O site Daily Beast teve acesso a uma parte do conteúdo, que incluiu o que ficou conhecido como "Bilhete Mishcon".

Em 1995, Diana pediu para ter uma reunião particular com seu consultor legal, Victor Mishcon, que anotou o conteúdo da conversa. De acordo com as anotações de Victor, a princesa queria falar "sobre algo que estava em sua cabeça".

Durante a reunião, Diana disse que "fontes confiáveis" que não foram nomeadas contaram a ela que "um acidente de carro seria encenado". Ao que as anotações indicam, a ex-esposa do príncipe Charles disse que terminaria "morta ou machucada de forma séria".

De acordo com os especialistas envolvidos na série, Mishcon entregou o bilhete para a Polícia Metropolitana de Londres após o acidente fatal, em 1997.

Tal bilhete ficou em posse do comissário policial Sir Paul Condon, que o guardou num cofre. Seu conteúdo só veio a público depois que Condon deixou o posto e foi substituído por John Stevens.

Stevens falou com o site Daily Beast sobre o bilhete: "Eu estive com o Sr. Mishcon um mês antes de seu falecimento, por volta da primavera de 2005. Ele me atentou ao fato de que pensou na época que Diana estava paranoica, então não deu tanta importância assim [às anotações]".

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Embalsamamento do corpo de Lady Di

Mohamed Al-Fayed, pai de Dodi, também questionou o motivo de terem embalsamado o corpo de Lady Di antes de exames pós-morte. Segundo ele, o procedimento foi feito para garantir que exames de gravidez fossem inconclusivos.

A alegação foi dispensada no relatório da Polícia Metropolitana de Londres. Segundo o documento, estava muito quente em Paris e o corpo de Diana estava alocado em um quarto vazio perto da sala de emergência onde ela foi atendida, já que o necrotério ficava distante de onde o cadáver da princesa estava. Gelo seco e condicionadores de ar foram colocados no local para manter o corpo frio, sem sucesso.

O Príncipe Charles, as duas irmãs de Diana e o então presidente francês Jacques Chirac estiveram no local para ver Lady Di antes de ela ser levada para o Reino Unido.

Com pouco tempo para preparar o corpo para a visita, a equipe do hospital prosseguiu com o embalsamamento somente com a autorização verbal das autoridades policiais, antes de autorização por documentos. De acordo com as leis francesas, é preciso destes documentos para fazer o procedimento, o que levantou suspeitas.

No entanto, as investigações sobre o assunto concluíram que o embalsamamento foi ilegal, mas não concluiu que houve intenção de esconder uma suposta gravidez de Lady Di.

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