Alok reencontra pai após ataques do Hamas em rave em Israel: 'Que alívio'
Robson Santos
De Splash, em São Paulo
12/10/2023 02h45
O DJ Alok reencontrou o pai Juarez Petrillo nesta quarta-feira (10). Petrillo, que também é DJ, teve seu show em uma rave interrompido no sul de Israel quando o grupo radical Hamas lançou um ataque contra o país do Oriente Médio. Ele chegou a ser levado a um bunker para se proteger. O artista postou uma foto nas redes sociais no momento.
Na publicação, Alok relatou o "alívio" em "poder abraçar o pai". Nesta semana, o músico deu detalhes de como seu pai escapou do festival Universo Paralello. Segundo autoridades, 260 pessoas foram mortas no local, sendo dois brasileiros, e outras foram levadas reféns.
"Como muitos de vocês sabem, no meio de toda essa angústia aqui, o meu pai tava no evento que aconteceu um grande massacre dos terroristas covardes", disse Alok em vídeo.
Chorando, o DJ diz que o pai estava prestes a se apresentar quando o bombardeio teve início. "O evento foi interrompido e a polícia começou a evacuar, todo mundo saiu correndo. Meu pai também saiu correndo e conseguiu entrar num carro e sair de lá, o carro de trás que estava com conhecidos dele foi baleado, meu pai conseguiu se abrigar num bunker e ele ficou seguro lá".
Os gêmeos Osher e Michael Waknin, 30, organizaram juntos o festival de música que foi alvo do ataque do Hamas no último sábado (7), no sul de Israel. Osher foi enterrado na terça (10) em Jerusalém, enquanto Michael segue desaparecido.
Pai de Alok gravou momento em que ataque
O DJ Juarez Petrillo, conhecido como Swarup, registrou imagens do momento em que o festival de música eletrônica é interrompido após os bombardeios do Hamas.
Os vídeos foram divulgados por Petrillo em sua página no Instagram e mostram fumaça no céu em meio à movimentação do público, no festival Universo Paralello, que ocorria no sul de Israel.
"Estou em choque até agora! E as bombas não param de explodir", disse o DJ.
Ele contou ainda que era para estar tocando no momento do ataque, mas houve um atraso na escala dos shows. "Foi a primeira vez que acontece isso, nunca uma festa parou assim! Sei nem o que dizer", acrescentou.
A previsão era que Petrillo tocasse pela manhã e também encerrasse o evento no meio da tarde junto com um DJ mexicano.
O evento está em turnê mundial e irá acontecer no Brasil na virada de 2023 para 2024, na Bahia.
"Chuva de mísseis"
O Universo Paralello é o mesmo evento em que um brasileiro contou ter assistido a uma "chuva de mísseis" quando começaram os ataques do Hamas a Israel. Yehuda Weiss, militar da reserva em Israel, mora no país há dois anos.
"Vi uma chuva de mísseis a cem, 200 metros de distância. O lugar em que fizeram o festival fica ao lado de uma base que foi invadida pelo Hamas e roubaram tanques e motos", afirmou.
O brasileiro disse que alguns amigos com quem estava foram sequestrados e mantidos reféns por integrantes do Hamas no local. "Tinha acabado de voltar para a barraca, uma amiga minha está mantida refém. Não tivemos mais notícias dela."
Dois brasileiros morreram no ataque à rave
As duas primeiras vítimas brasileiras na guerra em Israel após o ataque terrorista do grupo extremista Hamas são Bruna Valeanu e Ranani Glazer. Eles estavam desaparecidos desde o último sábado, quando uma festa rave em que os dois estavam foi alvo de bombas e a invasão de membros do Hamas.
Ranani chegou a gravar um vídeo de dentro de um bunker. Ele estava no festival acompanhado da namorada e de um amigo. Na filmagem ele diz que a situação que viveu em Israel parecia "cena de filme".
Rafaela Treistman, namorada do jovem, disse que ela e outras pessoas usaram os corpos de pessoas mortas para tentar se proteger.
O também brasileiro, Rafael Zimerman, ficou ferido, mas já recebeu alta do hospital. Ele era amigo de Ranani.
"Minha neném virou uma estrelinha no universo", publicou a irmã de Bruna, Florica, nas redes sociais. O velório dela reuniu milhares de pessoas em Israel.