'Não tinha o que comer': Tatiana Tiburcio relata infância simples
Colaboração para Splash, em São Paulo
15/10/2023 10h08
Tatiana Tiburcio, 46, a Jussara de "Terra e Paixão" (Globo), em entrevista ao Extra.
Infância simples. "Sou de uma família simples e humilde que veio do interior do Rio de Janeiro (Casimiro de Abreu). Fui criada pela minha avó (Zeni) até os 7 anos porque minha mãe (Nilce) era empregada doméstica. E o choro da criança não era bem-vindo na casa do patrão. A minha mãe trabalhava para poder manter tudo. Depois que ela se casou, fui morar com ela e passei a viver uma realidade mais abastada. A vida foi seguindo entre altos e baixos. Eu passei por tudo, desde o café da manhã no bule de prata até o fubá suado na frigideira porque não tinha o que comer de manhã."
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Transtorno de ansiedade. "Tento fazer terapia uma vez por semana, nem sempre dá por conta dos horários, mas tô medicada, amor (risos). Na verdade, tomo um passiflora, porque tenho transtorno de ansiedade generalizada. Tento controlar com respiração e meditação, mas, quando o bicho pega, uso o calmante."
Inspiração como mulher negra. "É uma tremenda responsa. Tenho um compromisso muito grande em fazer certo, bem, direito e dar um bom exemplo. Passamos por tudo para que hoje a Clarinha Moneque possa chegar e dizer: 'Eu não tenho o menor medo do que vai acontecer no meu futuro'. Me emocionou muito ouvir isso de uma menina preta de 23 anos. Passei por coisas duras que tocam no fundo da alma. São momentos em que você precisa se calar, porque temos que escolher a batalha. Senão, gastamos energia e jogamos contra. Mas é muito humilhante ter que se calar. Um dos estereótipos da mulher preta é a negra raivosa. Então você anda o tempo todo vigilante para não cair nessas armadilhas criadas estruturalmente ao longo do tempo para invalidar o nosso discurso."