BGS 2023 dribla fuga de estúdios e resgata público com Mario e experiências
André Zuliani
Colaboração para Splash, em São Paulo
16/10/2023 04h00
A Brasil Game Show 2023 encerrou sua trajetória como um sucesso entre o público. Em sua 14ª edição, o evento driblou a fuga de grandes estúdios de games como Sony, Microsoft e Warner e conquistou os visitantes com o lançamento de Super Mario Bros. Wonder e experiências exclusivas dentro da feira.
O novo jogo de Mario Bros. foi um dos principais destaques durante os quatro dias do evento. O estande da Nintendo, que também disponibilizou títulos como The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom e Detetive Pikachu Returns, viu os visitantes organizarem filas enormes pela possibilidade de experimentar o novo título dias antes de seu lançamento.
A Sega, que compareceu pela primeira vez na história da BGS, apostou no lançamento de Sonic Superstars e na presença de Takashi Iizuka, diretor criativo da franquia, para não ficar para trás. O resultado foi um estande cheio e com fila de espera para jogar a nova aventura do ouriço azul.
Para abafar a ausência de estúdios do calibre de Sony e Microsoft, a BGS 2023 apostou no triplo de lançamentos mundiais de jogos em comparação à edição anterior, de acordo com Marcelo Tavares, CEO do evento. A feira ainda contou com quatro vezes mais convidados internacionais, além da presença de milhares de influenciadores das comunidades gamer e geek.
"O evento é muito democrático e conquista adultos e crianças, homens e mulheres, fãs de todos os consoles. Foi um ano de muitos recordes para nós. Foram mais de 8 mil jornalistas e influenciadores, então estou muito satisfeito. Foi um trabalho árduo recompensado", disse Tavares em entrevista a Splash. O executivo apontou a BGS 2023 como a recordista em números visitantes na história do evento - ainda sem números oficiais.
A organização do evento, que teve três dos quatro dias com ingressos esgotados com antecedência, estima que cerca de 2.500 cosplayers compareceram à BGS 2023. Neste ano, a feira realizou torneios diários, divididos entre três baterias com jurados para escolher a melhor fantasia.
A tradicional BGS Arcade, área reservada para fliperamas e outros aparelhos do gênero, contou com cerca de 100 máquinas free-to-play, incluindo simuladores e equipamentos de realidade virtual. Durante todo o evento, os visitantes puderam disputar campeonatos com premiações exclusivas.
A área ainda incluiu um espaço adaptado para as necessidades sensoriais de pessoas no espectro autista, com máquinas com menos luz e abafadores de som.
Filas e preços altos não espantaram fãs
Críticas constantes em quase todos os eventos de cultura pop, as enormes filas para testar um jogo ou comprar um lance também não atrapalharam a experiência de quem foi à feira. Em contato com a reportagem de Splash, visitantes reclamaram da lotação em alguns momentos, mas não consideraram um detalhe que os fizesse desistir de retornar ao evento.
O mesmo vale para os preços para comprar itens customizados das principais franquias de games e animes. Lojas de pôsteres, bonecos e até chaveiros estavam sempre com pessoas em circulação, mesmo com alguns valores exorbitantes - era possível encontrar um brinde de chaveiro por mais de R$ 100.
"A BGS é um dos dias mais importantes do ano para alguns desses visitantes. É o momento no qual eles abraçam a comunidade, passam meses costurando fantasias para vir e encontrar amigos. Quem joga online no Norte do país vem ao evento para encontrar o amigo do Sul. Eu só tenho a agradecer e fazer de tudo para recompensar esses fãs. Foi por isso que trouxemos a Sega, que há 14 anos eles mandavam mensagem pedindo."
Marcelo Tavares, CEO da BGS