Massacre e início do FBI: a história real de 'Assassinos da Lua das Flores'
O novo filme de Martin Scorsese, "Assassinos da Lua das Flores", narra a verdadeira história dos Osage, uma comunidade de nativos americanos que enriqueceu com o petróleo no início do século 20. Com estreia na próxima quinta (19), o longa ainda aborda os assassinatos que aconteceram para que pessoas de fora conseguissem as riquezas.
Estrelado por Leonardo DiCaprio, Jesse Plemons, Robert De Niro e Brendan Fraser, o roteiro é adaptado do livro "Assassinos da Lua das Flores: Os Assassinatos de Osage e o Nascimento do FBI", escrito por David Grann e lançado em 2017. A realidade da época envolveu, além de diversos assassinatos, o início do FBI.
Quem são os Osage
Osage é uma nação nativa americana que cresceu nos vales dos rios Ohio e Mississippi, nos Estados Unidos.
Na década de 1920, a comunidade foi realocada à força pelo governo americano. Todos foram colocados em uma reserva que, anos mais tarde, se tornou o Estado Oklahoma.
Os Osage comprara legalmente terras e conseguiram criar um "território indígena" no local.
Petróleo
A comunidade encontrou campos de petróleo, o que começou a gerar riquezas para os Osage.
Anos antes, em 1906, o principal chefe da nação, James Bigheart, negociou com o governo americano um acordo que daria a cada Osage o direito de participar do fundo mineral do local.
Massacre
Em 1921, dois membros da nação, Anna Brown e Charles Whitehorn, foram mortos com poucos dias de diferença. Ambos foram assassinados em circunstâncias semelhantes: baleados e achados em áreas rurais isoladas. Pouco tempo depois, Henry Roan, um primo de Anna, foi encontrado morto.
Durante o período chamado pelos Osage de "Reinado do Terror", 24 indígenas foram mortos na região. As causas das mortes variavam: de execução a tiro, envenenamento ou sumiço de pessoas. Os assassinos não perdoavam nem mesmo os cães que eram tidos como seguranças.
FBI
Mollie Brown, irmã de Anna, contratou investigadores para descobrir a identidade dos criminosos. Em 1925, porém, J. Edgar Hoover, o chefe da Bureau of Investigation, a agência de segurança do governo que se tornaria o FBI, pediu a ajuda do agente Tom White no caso.
Após meses trabalhando no caso, White e sua equipe descobriram quem eram os responsáveis pelas mortes: foram William Hale, tio de Mollie e um poderoso fazendeiro da região, junto a Ernest Burkhart, marido dela. Foi descoberto também que eles planejavam matar a Mollie.
Julgamento
William e Ernest foram presos e revelaram mais uma pessoa envolvida: John Ramsey.
William Hale foi condenado a uma pena de 18 anos. Em 1947, porém, ele recebeu liberdade condicional.
Burkhart foi condenado a 18 anos, mas saiu em 1936. A "liberdade" não durou muito tempo e logo ele retornou à cadeia por roubar um banco.
Mollie se separou de Ernest durante o julgamento. Ela se casou novamente em 1928 e, em 1937, morreu aos 50 anos.