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Equipe de MC PQD rebate prisão por associação ao tráfico: 'Racismo'

MC PQD foi preso por associação ao tráfico antes de show no RJ Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, no Rio

22/10/2023 18h09

A equipe de MC PCQ, preso na sexta-feira por associação para o tráfico, rebateu as acusações feitas pela Polícia Civil contra o cantor e as definiu como "gravíssimas e não verdadeiras". Para eles, a inocência do MC será comprovada ao final do processo.

A nota enviada a Splash ainda afirma que a prisão é fruto de racismo estrutural. "Infelizmente, não é a primeira vez que assistimos cantores de rap e funk terem seus nomes e imagens vinculadas como se participassem do tráfico de drogas — posição que só revela um racismo estrutural presente em nossa sociedade."

O que aconteceu?

MC PQD foi preso na noite desta sexta-feira (20) durante uma ação conjunta das polícias do Ceará e Rio de Janeiro. Havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça cearense por associação do funkeiro ao tráfico.

O cantor foi preso na Avenida Brasil, na altura de Olaria, na zona norte do Rio, quando estava a caminho de um baile funk, onde iria se apresentar. O automóvel e o celular do cantor também foram apreendidos.

Segundo as investigações, o funkeiro pertence ao Comando Vermelho (CV), a maior facção criminosa do RJ, que tem ramificações no Nordeste. As informações foram confirmadas pela Polícia Civil do Rio para Splash.

Ele é acusado de fazer apologia ao tráfico nas redes sociais, segundo relatório do Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Draco-CE).

Relatório ainda diz, segundo a TV Globo, que sua imagem está frequentemente vinculada a símbolos associados ao CV, tais como bandeiras vermelhas, trem, o gesto formado com os dedos indicador e médio, o número "02" e o termo "trem-bala", elementos simbólicos do Comando Vermelho, especialmente difundidos no Rio de Janeiro.

Quem é MC PQD?

Nascido e criado no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, José André Ferreira Costa Júnior tem mais de dez anos de carreira no funk. Antes de investir na música, trabalhou como gari.

Conhecido como MC PQD, o artista tem apostado no trap nos últimos anos. Suas músicas falam sobre questões vividas dentro da favela, enfrentamento policial, criminalidade, ostentação, sexo e questões sociais.

Em entrevista ao jornal Extra em 2021, ele disse ter se mudado para uma cobertura no Recreio, na zona oeste do Rio, mas que não esquecia suas origens e continuava com sua rotina na comunidade.

No mês passado, ele usou o Instagram para fazer um desabafo sobre o racismo. "Preto, negro, negão. Às vezes, passamos por cada situação que ficamos sem entender, mas o racismo ainda existe. Com dinheiro ou sem dinheiro, uma hora você vai ter essa percepção, vai esbarrar com pessoas que simplesmente vão te tirar de cima a baixo, com o egocentrismo além do imaginário, se impondo ou tentando mostrar que é superior pelo simples fato de você ser negro. Tenho maior orgulho de ser preto."

Segundo investigação da Polícia Civil do Ceará, MC PQD publica vídeos em suas redes sociais fazendo apologia ao crime, utilizando armas longas, colete balísticos e símbolos associados a um grupo criminoso. Também chamado de "malandrex", "paizão" e "relíkia", é seguido por mais de 180 pessoas somente no Instagram.

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