Nota de motel e Corinthians: como a polícia desvendou caso Von Richthofen
"A Menina que Matou os Pais - A Confissão" chega ao Amazon Prime Video na próxima sexta-feira (27) e promete encerrar a história real mostrada nos primeiros dois longas, "A Menina Que Matou os Pais" e "O Menino que Matou Meus Pais". As produções são baseadas nos assassinatos de Manfred e Marísia, cometidos pela filha do casal, Suzane Von Richthofen, e pelos irmãos Cravinhos.
Se nos dois primeiros títulos acompanhamos as diferentes versões de Suzane e Daniel Cravinhos, agora vemos, da perspectiva policial, como o crime foi resolvido.
Diversos detalhes somados indicaram o caminho da verdade à investigação. Splash já assistiu ao terceiro filme e, abaixo, explica como os culpados foram descobertos e confessaram seus crimes.
Nota fiscal do motel
Os namorados Suzane Von Richthofen e Daniel Cravinhos foram ao motel depois do assassinato dos pais da garota, no dia 31 de outubro de 2002. A intenção era criar um álibi, que os colocaria longe da cena do crime, e também celebrar o aniversário de 19 anos da jovem, que aconteceria dali três dias.
Para comprovar a estadia no local, o filme mostra Suzane, interpretada por Carla Diaz, pedindo à atendente uma nota fiscal do estabelecimento. Depois, ao ser interrogada pela delegada, ela apresenta a "prova" do momento íntimo com o namorado.
No entanto, a figura de autoridade se mostra incrédula, pois, convenhamos, não é comum pedir a nota fiscal de motel. Suzane tenta justificar dizendo ser "bastante organizada" e, por viver com mesada dos pais, "precisa se organizar". A desculpa não colou.
Jogo do Corinthians
Antes de cometerem os assassinatos, quando Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos (Leonardo Bittencourt e Allan Souza Lima) estão chegando à casa da família Von Richthofen, o filme mostra que o segurança da rua está acompanhando um jogo do Corinthians contra o Flamengo.
Os times se enfrentavam pelo Campeonato Brasileiro e a equipe paulista venceu por 1 a 0.
O homem que assistia à partida percebeu quando Suzane chegava de carro à mansão e fez a conexão com os minutos finais do jogo. Por isso, ao dar depoimento à polícia, ele falou sobre o horário que a garota chegou, cerca das 23h50.
Como a hora dos homicídios estava sendo calculada perto da meia-noite, as autoridades conseguiam colocar Suzane no local durante o crime.
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Quero receberChurrasco de aniversário
Suzane Von Richthofen faz aniversário no dia 3 de novembro e, mesmo com a morte violenta dos pais, resolveu comemorar com um churrasco em sua casa. No entanto, a investigação estava em andamento e policiais foram até o local para procurar por pistas e evidências.
Ao chegarem lá, viram Suzane de biquíni e aproveitando a festa, uma atitude bastante diferente da esperada de uma pessoa vivendo o luto.
O comportamento da jovem e do namorado já estava chamando a atenção da polícia desde a delegacia, quando não se importavam em trocar beijos e carícias pouco tempo depois da morte de Marísia e Manfred.
Caixas de joias
No mesmo dia em que visitaram a mansão e encontraram a celebração de aniversário, os oficiais começaram a revirar o lixo a procura de indícios. Suzane os acompanha e, ao chegar nos sacos que seriam jogados fora, começa a recolher as caixas das joias da mãe que foram roubadas.
Então, o policial questiona a garota o porquê de querer os estojos, já que eles tinham os formatos exatos dos colares e brincos que foram roubados. Suzane tenta disfarçar e diz querer ter uma recordação da mãe. A desculpa, novamente, não colou.
Horário errado
Ao voltar para casa, Cristian Cravinhos encontrou uma amiga e, para ajudar em seu álibi, a acompanhou a um hospital para ajudar um conhecido. A interação aconteceu a partir da uma da manhã, mas o homem tentou convencer a colega de dizer que estavam juntos a meia-noite, o que o colocaria longe do local do crime.
Durante as investigações, a mulher é questionada, contraria o amigo e conta a verdade às autoridades.
Moto
Mesmo sendo alertado por Suzane que não deveria fazer nada com o dinheiro que tinha sido roubado da mansão Von Richthofen, Cristian compra uma moto no dia do enterro do casal. Na transação, ele utilizou notas de dólares, totalizando US$ 3.600.
Por ser envolvido com drogas e não ter um emprego fixo, chamou a atenção que um dos irmãos Cravinhos aparecesse com algo tão caro. Ele até tentou disfarçar e colocar o nome de um amigo no documento da moto, mas não funcionou.
Pressão policial
Somando todas as evidências e, principalmente, a compra da moto por Cristian, os policiais fecharam o cerco. Três interrogatórios foram feitos simultaneamente e, após perceberam inconsistências, disseram aos então investigados que eles haviam sido descobertos.
Primeiro, Cristian não resistiu e contou sua versão. Depois, Daniel. Por último, Suzane Von Richthofen.
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