Almanaque SOS é a 'Ana Maria' dos jovens e tem audiência de bilhão
Será que funciona? Dicas de receitas, limpeza, decoração, curiosidades, o que fazer e o que não fazer. Foi com esse tipo de conteúdo que o Almanaque SOS conquistou sete milhões de seguidores nos últimos 12 anos —com mais de 150 milhões de pessoas alcançadas por mês e a marca de quase um bilhão de visualizações batida no mês passado.
Dario Centurione, 38, idealizador da página, conta que a ideia era criar um programa de jovem para jovem, que assim como ele, também precisava aprender as tarefas domésticas.
Eu não sabia fritar um ovo. Essa aptidão toda hoje em dia, esse aprendizado, veio com o tempo.
Dario Centurione a Splash
Ana Maria Braga dos jovens
O Almanaque SOS foi criado em 2011, mas a ideia surgiu em 2007, durante a faculdade de comunicação. Em um trabalho acadêmico de conclusão de curso, Dario criou com um grupo o projeto SOS Solteiros.
"A ideia era criar um programa de jovem para jovem ensinando tarefas domésticas, coisa que só tinha no programa da Ana Maria Braga. Nessa época trabalhei muito em TV, rádio, até que fui para a Record. Não gostei muito da atmosfera da televisão e decidi repaginar o projeto completo. Saí da TV e fui tocar a ideia. Foi então que nasceu o SOS Solteiros e, lá para 2018, virou o Almanaque SOS", conta Dario.
Inicialmente, quem fazia os vídeos era o Gouves (também apresentador do Almanaque SOS), enquanto Dario ficava somente nos bastidores. Hoje em dia os dois apresentam vários quadros juntos, separados e com participações especiais de outros integrantes do time —que soma mais de 20 pessoas.
O SOS é um lugar com pessoas carismáticas, entusiasmadas e a ideia é que todo mundo participe dos vídeos.
Segundo Dario, o objetivo do Almanaque é ajudar as pessoas, ser útil, com propósito, diferente e dentro de uma linguagem que ele acreditava. Porém, a maestria na execução das tarefas manuais só veio depois de muita teoria, já que ele não sabia fazer nada:
"Não tive uma educação empoderada nesse sentido, minha mãe nem me deixava chegar perto da cozinha. Fui aprender depois de velho, com muitas tentativas e erros. Eu sabia muita teoria, mas só fui colocar mesmo a mão na massa em 2020, na pandemia. Decidi colocar aquele conhecimento em prática e vi que conseguia fazer", disse.
Do site ao TikTok
A ideia dos conteúdos dos vídeos surgem através de pesquisas, troca de figurinhas com a equipe e sugestões vindas dos "almanaquers", nome carinhoso dado aos seguidores. Ao todo, são publicados cerca de 20 conteúdos semanais.
"Fazemos reunião de pauta, e decidimos o que vale ou não o teste. É um time muito legal, tem as pessoas que fazem as pesquisas, outras fazem a produção. É um time com pegada de televisão, onde fui criado profissionalmente", afirma.
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Quero receberDario reforça que viveu muitas mudanças na internet ao longo desses 12 anos. Por muitos anos, por exemplo, o site foi o carro-chefe do Almanaque.
Foi interessante acompanhar essa mudança da internet: o site era muito forte, depois migrou para o Facebook, depois o Instagram e agora o TikTok. A melhor parte é que o conteúdo é muito adaptável.
Na pandemia, com a audiência em queda e trabalhando sozinho, Dario decidiu se reinventar e ir para frente das câmeras. Ele conta que o feedback do público foi um divisor de águas e seu maior incentivador nesse período.
"Na época que comecei a gravar os vídeos, o site tinha caído muito a audiência, tive que morar de favor na casa da minha avó, depois na minha mãe. Fiquei com depressão, estava bem perdido em relação a minha vida. Foi quando decidi gravar os vídeos no desespero e a resposta do público foi muito legal. A partir daí criei uma relação muito próxima dos seguidores", relembra.
E a audiência?
Sobre os conteúdos de maior audiência, ele explica que tanto os que deram errado como os que deram certo podem repercutir bastante. Por isso, a equipe analisa muito para ver o que será ou não testado, porque se der errado, pode gerar entretenimento ou ir para um lado mais educativo, ensinando o que não fazer:
A questão da honestidade é muito importante para gente, temos que ser muito francos. Então, tanto faz se deu certo ou errado, o que importa é o conteúdo ser relevante.
Entre momentos divertidos com o time, com direito a batata que explode e cola quente que pega fogo, Dario conta que a parte mais legal de trabalhar com o Almanaque SOS é a falta de rotina.
"Você conhece uma coisa nova todo dia, isso é muito legal. Desde o início do SOS, todos os dias eu aprendo algo novo. Quando eu era criança, tinha um livro chamado "O Guia dos Curiosos", de Marcelo Duarte. Eu lembro que eu abria e achava a coisa mais incrível do mundo, porque sempre tinha uma informação aleatória e curiosíssima. O SOS é meio que isso. Um almanaque de informações úteis e outras nem tão úteis. É uma coisa que eu amo", conta Dario.
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