'Nenhum ressentimento do Gugu': Por onde anda Dani Boy, o 'Guguzinho'?

Nasce, Dani Boy!

Nascido em 2 de junho de 1993, Dani Boy é o nome artístico de Marcos Felippe Nunes da Silva. Natural de Jacareí, o jovem conquistou a fama na cidade do interior de São Paulo ao começar a se apresentar aos 2 anos como palhaço Espiguinha na porta de lojas.

O lado artístico do jovem aflorou ainda mais quando recebeu um disco de João Paulo e Daniel da avó. "Ganhei no meu aniversário de 5 anos. A hora que escutei e tive esse meu primeiro contato com o sertanejo, fiquei encantado pelo Daniel", declara.

Em 1998, o jovem realizou o sonho de conhecer e ganhar um abraço de Daniel em um show em sua cidade. Pouco depois, ele teve a chance de ir ao Domingo Legal após sua mãe mandar inúmeras cartas pedindo uma oportunidade.

Quando foi pra ir pro Domingo Legal, eles queriam de cara limpa. Então, uma casa de disco que eu fazia propaganda fez uma promoção: 'Compre R$ 10 e escolha um nome artístico pro Palhaço Espiguinha'. Quando eu não tava de palhaço, eu tava de cowboy e pela minha paixão pelo Daniel, ficou Dani. Boy foi pela minha paixão pela música sertaneja.
Dani Boy

Com o apoio dos moradores de Jacareí, o garoto do interior subiu ao palco do programa do SBT. "No fim da apresentação, eu pedi um emprego ao vivo pro Gugu e fiquei cinco anos na emissora, mas o Daniel é o pontapé inicial pra tudo que eu vivo hoje", destaca.

A vida no SBT

Dani Boy ainda contou com um detalhe para ser contratado pelo SBT: a semelhança com Gugu Liberato. Uma semana após assinar o contrato, ele foi levado ao cabeleireiro Jassa para pintar os cabelos de loiro para ficar parecido com o apresentador do Domingo Legal.

"Acabo tendo muita lembrança como se fosse ontem. As pessoas realmente abriam as portas de casa pra gente fazer o nosso show, pra gente fazer a brincadeira. Por qualquer canto do Brasil que eu vou tocar, as pessoas sempre têm o mesmo carinho", afirma.

Com o jovem como assistente de palco, o Domingo Legal batia os 40 pontos de audiência e a repercussão do trabalho rendeu ao jovem o lançamento de produtos personalizados e até CDs com produção do produtor musical Arnaldo Saccomani.

O contrato de Dani Boy, inicialmente, era para estar à disposição do Domingo Legal. Ele, no entanto, acabou vendo a vida virar de cabeça para baixo com a rotina de shows e trabalho no SBT. Além da atração dominical, o garoto foi escalado para apresentar o Sábado Animado, ao lado do boneco Xaropinho, e participar de A Praça É Nossa.

Eu ainda era muito jovem, mas a percepção que tenho, olhando friamente hoje, é isso que acabou perdendo o controle. Virou álbum de figurinha, chiclete, marca de roupa, boneco e era show pelo Brasil inteiro. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.
Dani Boy

Com a agenda lotada, o jovem acabou deixando os estudos em segundo plano. Como o contrato obtinha cláusula em que exigia bom rendimento escolar, Dani Boy viu o vínculo com o SBT se encerrar no fim de 2002 após ser reprovado de ano na escola.

Foi uma pena, mas acho que o juiz estava certíssimo. Muita gente me pergunta: 'O que você acha?' Tá certo, eu acho que a base do mundo é o estudo. O estudo básico vem antes da profissão.
Dani Boy

"Daniel é o cara mais importante da minha vida"

Dani Boy "zerou a vida" para voltar a viver a sua infância após deixar o Domingo Legal. Apesar do baque com a saída repentina do SBT, o garoto contou com o apoio da família para não baixar a cabeça.

Minha família foi primordial. Tudo que vivo hoje é graças a eles... Foi um baque. Claro que fiquei triste. Vivi uma rotina que é totalmente diferente de uma criança comum. Não tem como dizer: "Ah, não, eu vivi a minha vida como uma criança comum", porque não é. Eu chegava ao shopping e a polícia tinha que vir pra me tirar.
Dani Boy

O cantor Daniel também foi importante na fase de mudança de vida do jovem. "O Daniel é o cara mais importante da minha vida. Fico até emocionado toda vez que falo dele... A gente já gravou música junto, fui mascote do time de futebol dele, meu aniversário ele sempre fez questão de lembrar, de mandar uma mensagem, um postal, um presente. É um cara fora do normal", destaca.

"Nenhum ressentimento do Gugu"

Também apelidado de "Guguzinho", Dani Boy lembra que a relação com Gugu Liberato era restrita ao convívio no Domingo Legal.

"Meu contato com o Gugu foi muito pouco. Ele era um cara muito reservado, um cara muito na dele. Um cara que sempre foi simpático, sempre cuidadoso com todo mundo ali, mas um cara na dele. Ele sempre tava com muita segurança e o restante é tudo no palco. O nosso contato foi muito pouco", afirma.

Diferentemente do apoio de Daniel, Gugu não manteve contato com o artista após a sua saída do programa no SBT. O fato, no entanto, não é algo que faça Dani Boy nutrir alguma mágoa.

Muita gente pergunta: 'Tem algum ressentimento?'. Não, ressentimento nenhum, porque se hoje vivo o que vivo, é graças a ele ter me dado a oportunidade de todos os domingos estar no programa dele. Claro que como criança esperava, sim, uma ligação dele pra saber se tava tudo bem.
Dani Boy

O cantor ressalta que prefere guardar as boas lembranças do apresentador. "Tenho mais pra agradecer do que pra pedir. Os dois CDs que eu gravei pela Warner foi ele quem me deu de presente".

Por onde anda Dani Boy?

Fora da televisão, Dani Boy direcionou as atenções aos estudos e aprendeu a tocar instrumentos musicais para realizar o sonho de se tornar um cantor. "Aprendi a tocar violão e a cantar. Fui tendo a consciência de que eu tava crescendo", ressalta.

Assim, o artista se lançou como cantor quando completou a maioridade e, logicamente, é um especialista em música sertaneja.

Costumo dizer que eu canto música romântica. Gosto de falar de amor, gosto de música que, se eu cantar, você lembre de alguém, você lembre de algum momento. Acho que esse é o poder da música na nossa vida, né?
Dani Boy

"O Daniel, pra mim, é inigualável. Ele é o número um mesmo, mas eu tenho muitas referências. Acho que da atualidade a galera que eu tenho escutado bastante é Jefferson Moraes e Hugo Henrique e a galera da velha guarda como Christian Ralf, Vitor e Léo, Bruno e Marrone", destaca.

Além dos trabalhos na música, Dani Boy tem uma agência de distribuição digital em que atende mais de 12 artistas auxiliando no planejamento de carreira.

A agência eu abri pra ajudar o artista que tá com o material dele e quer conversar com alguém. Então, o artista traz pra gente o lançamento dele e a gente faz todo o posicionamento dele. Foi isso tudo que eu fui atrás de estudar, saca?
Dani Boy

Entre a música e a vida como empresário, Dani Boy também concilia o tempo para curtir o filho José Felippe, 5, e a família. "A hora que você pega o teu filho no colo, você entende o amor e muita coisa que teus pais fizeram pra ti. Acho que eu, como pai, eu sou um cara que curei diversas coisas, pessoais mesmo, com a minha família, com a minha mãe", finaliza.