'Eu não paro': Vera Holtz analisa possibilidades aos 71 e fala de desejo

Nunca senti [dificuldade em encontrar trabalho]. Não deu tempo ainda de sentir essa dificuldade na pele. Eu não paro. Estou sempre trabalhando, né?
Vera Holtz

Paralelamente ao lançamento do filme, Vera segue rodando o país com "Ficções" — produção teatral que já foi vista por mais de 40 mil pessoas. Após apresentações nas regiões Sudeste e Sul, ela se prepara para apresentações internacionais. "A gente vai à Portugal. Já está fechado. A gente faz turnê fora do Brasil também. Chique!"

Apesar de realizar trabalhos em diferentes formatos, não há uma data para o retorno de Vera Holtz às novelas. O último folhetim inteiro que participou foi "Orgulho e Paixão" (2018), há cinco anos. De lá para cá, fez apenas uma participação em "Amor de Mãe" (2019) e esteve no elenco da minissérie "Eu, a Vó e a Boi" (2019).

"Sempre gostei muito de fazer novela. Eu gosto do fervo. É uma multidão de pessoas contando boas histórias, o tempo inteiro. É sempre uma grande família que a gente cria na televisão. Sinto falta dessa grande família. Sinto falta de estar junto, mas eu sempre tive uma consciência. Eu sempre falava no final de uma novela: 'Dificilmente a gente volte a trabalhar junto, dificilmente essa energia se repita, então, vamos guardar esse momento único, só nosso'. Essa consciência talvez venha do teatro."

Hoje, aos 71, ela diz a Splash que "ainda está formatando" como vai ser a vida na casa dos 70. A verdade é que Vera Holtz mantém aberta diferentes possibilidades profissionais, incluindo as redes sociais — a atriz virou um dos ícones do Instagram, onde é seguida por mais de um milhão de seguidores que interagem com suas publicações reflexivas.

Desejo

Recentemente, a atriz viralizou ao dizer que tem "vários crushes em fantasia", em entrevista ao jornal O Globo. Agora, a Splash, ela explica:

"As pessoas gostam de saber, tem curiosidade sobre vida dos atores... Os crushes são fantasias. São coisas que se inventam. E você inventa do jeito que você quiser. Você cria uma personagem, uma identidade. Nem dá tempo de conhecer quem é a pessoa. Você inventa a pessoa. É o que você quer... Como as crianças têm aqueles amigos fantasias, a gente também tem os nossos crushes platônicos."

Ela não entende por que há tanto tabu em torno da sexualidade de mulheres acima dos 60 ou 70. Por que se cria tanto burburinho quando uma mulher com cabelos brancos decide falar do próprio desejo?

"As coisas são diferentes por que você fez 70? As coisas são as mesmas. O corpo tem os mesmos desejos. Não muda ninguém, né? Espiritualmente, eu sou jovem... As avós são mulheres que podem se apaixonar, uma mulher que pode fazer o que ela quiser, pode sonhar, pode dançar, não tem tempo quente, né?"