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Léo Lins diz que Porchat retirou apoio a ele ao ser 'macetado' pelo público

Léo Lins, 41, comentou o fato de Fábio Porchat, 40, ter repensado o apoio dado a ele após decisão da Justiça de São Paulo de proibi-lo de fazer piadas com minorias.

Para o humorista, Porchat retirou sua defesa devido ao fato de ter sido "macetado" pelos fãs, ou seja, ter se tornado alvo de críticas por se posicionar ao lado de Lins. As declarações foram em entrevista ao podcast Fala, Ordinário.

"Quando apareceu esse caso do Ministério Público o Porchat primeiro apareceu me defendendo, depois voltou atrás e tal, porque o público dele macetou ele, então ele voltou atrás. Aí o que acontece, o artista não tem o público, é o público que tem o artista, isso é perigoso. Eu não quero isso. Você gosta do que eu falo? Beleza. 'Ah, me desagradou, vou embora'. Pode ir embora", falou.

Na entrevista, Léo Lins também criticou o que chamou de "militância gourmet", afirmou que não quer ficar refém da audiência e contou que percebeu aumento de público em suas apresentações após a decisão judicial, que ele classificou como "censura".

O que aconteceu:

Em maio, a Justiça de São Paulo mandou as plataformas digitais removerem o show "Perturbador" de Léo Lins de seus catálogos devido o conteúdo "depreciativo ou humilhante a qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável".

A decisão foi criticada pelo também humorista Fábio Porchat, que classificou o episódio como "uma vergonha". Posteriormente, o apresentador disse que sua posição havia sido "irresponsável" sobre um "assunto complexo".

Em setembro, Lins se tornou réu em uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo, acusado de "promover ódio e enredos discriminatórios, injuriosos e humilhantes, notadamente contra negros, pessoas com deficiência e nordestinos". Além disso, ele teve R$ 300 mil bloqueados em suas contas bancárias para o pagamento de multas.

Ele comparou o Ministério Público ao Estado Islâmico. "Tenho certeza [de] que as pessoas envolvidas no meu processo creem agir em nome do bem. [...] O Estado Islâmico, por exemplo, comete atrocidades em nome do bem. [...] Não estou dizendo que o MP é o EI. A ideia é mostrar que em nome do bem, erros podem ser cometidos."

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Ministério Público comentou caso. "Delitos de ódio praticados pelo humorista tornaram-se alvos de uma força-tarefa do MP-SP por intermédio do CyberGaeco e da Promotoria de Direitos Humanos. Segundo as investigações, o acusado desafia autoridades de vários Estados em seus shows e nas redes sociais. As autoridades atuaram no sentido de impor multas caso o humorista seguisse divulgando conteúdos capazes de humilhar, constranger e injuriar minorias".

Polêmicas

Lins é conhecido pelas piadas polêmicas em seus shows. Só no ano passado, o humorista foi condenado a pagar duas indenizações por piadas consideradas ofensivas e teve o show "Perturbador", em que ironiza temas como abuso sexual, zoofilia, racismo e pedofilia, removido por ordem da Justiça.

Veja algumas das polêmicas:

Piada com DJ Ivis: Em 2021, o comediante disse em um show que colocou DJ Ivis (acusado de agressão pela ex-mulher) para tocar em seu reencontro com a ex-namorada, Aline Mineiro. Ele também disse que queria "encontrar ela, conversar, olhar olho no olho, dar um soco na costela".

Transfobia: Leo Lins foi condenado em 2021 a pagar uma indenização de R$ 15 mil à cabeleireira Whitney Martins de Oliveira após fazer piadas de teor transfóbico com seu nome e expor o nome da mulher no vídeo.

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Chapecoense: em show de stand-up postado em seu canal no YouTube em 2018, Leo Lins faz piada com a queda do avião da Chapecoense, que matou 71 pessoas em 2016. Ele comparou a tragédia ao assassinato do jogador Daniel, ex-São Paulo:

Pelo menos ele morreu depois de comer coisa boa. Não foi como os jogadores da Chapecoense, que era comida de avião.

— Leo Lins

Em outro vídeo, publicado em 2019 pelo canal Castro Brothers, o humorista diz que pão que cai no chão é "pão na Chape".

Gordofobia: Leo Lins promoveu um show com uma imagem da modelo plus size Bia Gremion e seu namorado, Lorenzo, um homem trans — mais uma vez, sem autorização. Na foto, os dois aparecem de lingerie: "Chamei sua atenção? Que bom", postou o comediante.

Tsunami: Lins fez uma piada com o Japão em 2011, quando o país passou por terremoto, tsunami e acidente nuclear. Em 2013, quando tentava conseguir visto para entrar no Japão, brasileiros habitantes fizeram um abaixo-assinado para que ele fosse proibido de entrar no país. Ele acabou perdendo o visto. As autoridades, no entanto, negaram que a decisão teve relação com o vídeo, e alegaram se tratar de um problema de documentação.

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