Nunca mais: Quem é a modelo que quase morreu em plástica nos anos 90
De Splash, em São Paulo
08/11/2023 14h17
A morte de Lu Andrade durante um procedimento estético revisitou a discussão sobre os perigos de cirurgias invasivas que, em diversas vezes, não são realmente necessárias. A influenciadora, no entanto, não foi a primeira brasileira famosa a sofrer com intercorrências médicas por querer alcançar os padrões de beleza impostos.
A primeira artista que passou por momentos difíceis na frente do médico foi uma das modelos mais conhecidas do Brasil: Cláudia Liz.
Em 1996, a mulher de 27 anos ficou em coma ao ser internada para realizar uma lipoaspiração. A cirurgia aconteceria em uma clínica particular, em São Paulo, mas a famosa apresentou complicações logo ao ser anestesiada.
Cláudia sofreu uma parada respiratória (broncoespasmo), sendo encaminhada ao Hospital Albert Einstein, onde passou quatro dias em coma induzido.
Eu só sei que entrei numa clínica para fazer uma coisa [lipo] e acordei em outro lugar, num hospital. Não tenho nada mais para falar.
A modelo declarou em entrevista à Folha de S.Paulo.
Uma investigação criminal foi instaurada, mas em 1997 o caso foi arquivado. Um laudo médico afirmou que não havia erro médico.
À época, Cláudia Liz disse não pensar mais em fazer alguma cirurgia estética "em clínica nenhuma".
Recentemente, ela publicou em seu Instagram um texto no qual diz ter se submetido ao procedimento, pois ouvia comentários maldosos sobre seu corpo. Segundo conta, uma jornalista a chamou de gorda e isso a afetou ao ponto de decidir passar pela lipoaspiração.
Quem é Cláudia Liz?
Requisitada por diversas marcas, seu nome era sinônimo de sucesso.
Ela trabalhou em diversos lugares do mundo, como Paris, Milão, Nova York, Madri e Tóquio,
Nos anos 90, se tornou apresentadora do MTV A Go Go, programa voltado à moda, e estrelou o filme "As Meninas", obra escrita por Lygia Fagundes Telles. Adriana Esteves e Drica Moares completavam o trio protagonista.
A carreira de Cláudia estava em ascensão, vencendo até mesmo o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cartagena, na Colômbia, pela atuação.
Na televisão, antes do coma, esteve nas novelas "Razão de Viver" e "Cara e Coroa".
Depois do trauma, ficou longe dos holofotes e focou em sua saúde.
Em 1998, voltou à carreira com "Pecado Capital". Também esteve em "Uga Uga", "Hans Staden" e "Procuradas.
Hoje, Cláudia Liz é artista plástica e conta com murais pintados por São Paulo, assim como ilustrações em livros como "Millennial Mind" e "Racismo Gourmet". Sua arte pode ser encontrada também na Folha de S.Paulo, publicação com quem contribui há dez anos.