Red Hot faz 'ensaio aberto' em estádio lotado em SP
O público brasileiro está mais do que acostumado a receber o Red Hot Chili Peppers por aqui. 2023 marca a décima vez que o grupo se apresenta no Brasil, e eles já se sentem em casa.
Não me leve a mal, mas a sensação é a de um ensaio aberto. Falo isso na melhor das intenções, pois a banda entrega um show tão vibrante e potente musicalmente que, mesmo depois de tantos anos na estrada, ainda fazem uma apresentação inesquecível e impecável.
Me refiro a um ensaio, pois a interação com o público é quase nula. Pouquíssimas conversas: foram apenas palavras de agradecimento.
Assistir ao John Frusciante é uma experiência a parte, e os presentes deixam claro que estão lá para vê-lo. Afinal, ele esteve longe do Red Hot e do Brasil por muitos anos.
Outra sensação de ser um ensaio são as roupas, os figurinos. Sem frescura, todos estavam apenas confortáveis. John Frusciante parecia mesmo estar de pijamas. E tudo bem.
O vocalista Anthony Kiedis estava de bota ortopédica, que também não pareceu atrapalhar.
Desfilaram hits, como "By the Way" e "Under the Bridge", mas também mostraram novas músicas. Nestas, ninguém cantava, mas o público assistia atento.
Depois de uma hora e meia, Red Hot entregou um ensaio aberto. Mas um ensaio de respeito, daqueles que você assistiria ao lado dos amigos toda sexta-feira com uma cervejinha.
Que voltem muitas e muitas mais vezes!
Nostalgia reina
Já no metrô, a caminho do estádio, é possível ver os fãs se encontrando e reconhecendo. De cabelos longos e camisetas pretas, os olhares se encontram e esboçam uma espécie de sorrisinho de comprimento.
Red Hot é uma dessas bandas que marca a vida das pessoas. Suas músicas tocavam nas rádios, principalmente nas décadas de 1990 e 2000. Por isso, a sensação é de encontrar amigos de longa data. Não apenas no palco, mas também no público.
Todos compartilharam momentos importantes de suas vidas ao som daquelas canções, e é possível ver na empolgação de todos que, mesmo em uma sexta-feira muito quente de São Paulo, não se importam de andarem os 15 longos minutos da estação ao estádio.
Os presentes quiseram levar uma lembrança: não à toa os vendedores do Morumbi estavam bem alegres. O show nem tinha começado e já tinham sido vendidos 20 mil copos promocionais da banda, um recorde que anteriormente pertencia ao Iron Maiden, com 16 mil. Cada um por 20 reais, foi uma boa arrecadação.
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Quero receberPor fim, foi uma noite de nostalgia e boa música. Não precisava de mais nada.
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