OPINIÃO
The Eras Tour: Taylor Swift no cinema foi minha decepção do ano
Do anúncio dos shows até a venda de ingressos, Taylor Swift movimentou a vida dos brasileiros como nenhum outro artista nos últimos tempos. Seguindo estes passos, a chegada de seu filme "The Eras Tour" nos cinemas não seria diferente.
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Pensando nisso, resolvi garantir meu ingresso para assistir a 2h50 da maior demonstração de carisma da famosa loirinha e ganhar alguns spoilers do que verei no dia 26 de novembro, em seu show em São Paulo.
"Gen z da shopee" ou "millenial" em negação que sou, atrasei um pouco nas datas e só consegui assistir ao longa na segunda semana em cartaz. No decorrer da semana, fui bombardeado nas redes sociais por vídeos de pedidos de casamento, cirandas e muita gritaria nas salas de cinema.
Com essas informações na mente, preparei meu emocional para viver este momento com tudo que me prometeram, mas fui lembrado da pior maneira: nem tudo que está na internet é verdade! Aparentemente, a injeção de adrenalina que eu esperava para chegar pronto aos shows não aconteceu.
Com a exceção de duas mini queridas, que vestiram a camisa de fã e não deixaram a sala quase vazia abalar a devoção que elas demonstraram por Swift, a exibição foi de uma tranquilidade que até destoa do público efervescente direto do estádio.
Esqueça o que você sabe sobre cinema
Como um jovem LGBT, existe um momento que se repete em quase todos os encontros do meu grupo de amigos. Quando reunidos em uma mesma casa, é certo que em algum momento todos vão se voltar para a TV e dedicar parte da noite para assistir e comentar clipes de divas do pop.
Assistir a "The Eras Tour" nos cinemas me levou exatamente para este momento, mas não sem antes causar estranhamento, afinal foram anos aprendendo uma série de regras e etiqueta de boa convivência nos cinemas: não falar, permanecer sentado e não interagir com o filme em tempo real.
Com a exibição de um show como esse, acompanhado da qualidade de som e imagem que só o cinema pode oferecer, tudo isso foi pros ares. Demorou algumas músicas para o pessoal se soltar, mas mesmo com uma sala mais vazia que a primeira semana, foi uma sensação divertida ver o público criando coragem para se entregar e curtir o momento.
O culpado por essa decepção citada no título? Apenas eu mesmo e as obrigações na vida de um jovem adulto que me deixou de fora desse suco de caos que tomou conta de outras exibições e deixou muito fã feliz.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL