Brasileira diz que traição do pai foi mote para 'O Lado Bom de Ser Traída'
A vida imita a arte, mas a arte imita a vida? No caso de Sue Hecker, não.
Seu livro "O Lado Bom de Ser Traída" foi adaptado pela Netflix e conta a história de Babi (Giovanna Lancellotti), uma jovem prestes a casar que descobre, em sua despedida de solteira, que seu noivo tem um caso com outra mulher. A infidelidade virou a vida da personagem de cabeça para baixo e, quando ela menos esperava, conhece o sexy juiz Marcos (Leandro Lima), com quem vive uma ardente paixão. Sem muitas experiências sexuais anteriores, Babi começa a descobrir muito mais sobre sua sexualidade.
Na realidade, Debora Gimenez - a mulher por trás do pseudônimo Sue Hecker - é muito bem casada, nunca foi traída, conta com uma vida sexual saudável, tem filho e não se prende a tabus. Quase não vê a si mesma na personagem principal ou em outro aspecto de sua obra.
No entanto, foi a história de vida de sua mãe que inspirou o livro. Em entrevista a Splash, a escritora explica que a ideia do argumento surgiu a partir da traição de seu pai.
Acho que a Babi tem muito da minha mãe, porque minha mãe foi traída e ela não permitiu que meu pai se explicasse. Ela seguiu a vida, mesmo com três filhos.
Sue Hecker
"Não é questão de não perdoar ou de ser vingativo, nada disso, é questão de se priorizar mesmo."
Chamada de "50 Tons de Cinza Brasileiro", a produção se tornou um sucesso do streaming, chegando ao top 10 de filmes mais assistidos. A narrativa mostra diversas cenas de sexo, com direito a nudez dos atores.
A relação da autora com sexo é natural, por isso, ela conta, tem facilidade em escrever sobre o assunto. "Tenho uma vida muito bem resolvida, eu e meu marido somos, assim, muito bem resolvidos com isso, testamos inclusive cenas", brincou.
Segundo Sue Hecker, sua criação não a reprimiu ou transformou o assunto em tabu: muito pelo contrário. Em sua casa moravam apenas mulheres e a convivência com uma avó bastante liberal a fez lidar de maneira tranquila. A senhora não tinha nada de conservadora e não via problemas em contar, por exemplo, que transava todos os dias com o marido - avô da autora - até a morte do companheiro.