'Menti e omiti no desespero': ouça áudio da entrevista com Alexandre Correa
Alexandre Correa, 51, admitiu que mentiu ao comentar a agressão à esposa, Ana Hickmann, 42, no último sábado (11). Em entrevista exclusiva a Splash, ele confirmou as informações relatadas pela mulher no boletim de ocorrência à polícia. Ouça os principais trechos da entrevista no vídeo acima.
A última coisa que a gente quer na vida é que uma coisa dessas aconteça. A Ana é a mulher da minha vida. Quando eu vi aquela nota, entrei em total desespero e neguei. Mentiu? Menti. Ponto. Omiti o fato? Omiti. Eu estava em uma estrada, desesperado, desnorteado. Estava perdido. Falei: 'Meu Deus do céu. Que coisa? Que cagad* que aconteceu.' Por que eu não discuti, por que eu não me levantei da mesa e fui para o canto, não fui tomar uma água? Por que eu não fui bater a cabeça na parede? Sei lá. Enfim, mas já foi. Alexandre Correa sobre ter negado agressão ao jornalista Leo Dias
Alexandre afirmou a Splash que ele e Ana nunca tiveram "brigas" parecidas com a que aconteceu no último sábado. O empresário ainda negou ter histórico de agressão contra a apresentadora.
Motivação da briga. "Quantas pessoas você conhece que estão casadas há 25 anos? Temos um casamento, uma sociedade e uma relação de subordinação. A Ana é minha chefe, eu sou subordinado a ela. Estamos falando de três relações em um mesmo casal. São 25 anos... Assunto ruim que não falta. Tem um monte de assunto bom, mas também tem assunto chato. Tem o que você quer falar e o que não quer."
Após o ocorrido, ele contou que foi hostilizado em uma padaria de São Paulo. "Preciso saber como é que vou viver. Sem vida social, sem vida digital. Fui tentar ir a uma padaria e não foi agradável o que aconteceu. Uma senhora de meia-idade bateu nas minhas costas e disse: 'Muito bonito. Bateu na sua mulher. Um homem do seu tamanho.' Eu só queria comprar pão francês. Então é daí para frente, acabou. Acabou."
Relato de Ana Hickmann
O empresário classificou a situação como uma "desinteligência entre casais" e disse que ficou em pânico diante da possibilidade de prisão. "O relato da Ana Hickmann é o que vale. Eu não fiz boletim de ocorrência e nem vou fazer. A única coisa que não procede é a situação de cabeçada. Isso não existe."
Ana registrou boletim de ocorrência por violência doméstica e lesão corporal. Ela relatou a polícia que foi pressionada na parede por Alexandre, ameaçada com cabeçadas e teve o braço machucado por ele.
Alexandre afirmou que não teve acesso ao boletim de ocorrência e confirmou o relato de Hickmann — que disse que teve o seu braço preso em uma porta. "Vamos deixar o BO como está. Se é o que está lá, é o que está valendo."
Desde então, eu só choro. De arrependimento, de tudo. Choro de saudades do meu filho. Ele estava longe [no momento do desentendimento], porque a casa é grande, jogando no iPad. Quando viu a briga, veio para perto. As meninas que estavam com a gente o afastaram, mas ele acabou presenciando tudo. Alexandre Correa
O empresário também ameaçou processar quem está atribuindo um comportamento agressivo a ele baseado em vídeo publicado no canal da mulher no YouTube. As imagens de cerca de um ano atrás mostram Alexandre aparentemente irritado com uma reforma no jardim. Ele alega que tudo não passou de "trolagem".
Todo mundo que está fazendo isso vai ter notícia minha com o advogado, tá? Isso tudo é trolagem, isso tudo é brincadeira, mas deixa o pessoal se fartar. Todo mundo que está se fartando, falando que aquele era o meu comportamento normal, sendo que todo mundo sabe que aquilo é uma trolagem. Foi uma brincadeira, uma encenação mesmo. Mas está todo mundo fazendo questão de dizer que aquilo sou eu. Ainda que pese, você acha que a Ana publicaria no YouTube uma coisa daquele conteúdo se fosse verdade? Isso não vai ficar assim.
Ana decidirá futuro do casamento
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Quero receberAlexandre afirmou que não conversou com a mulher após o episódio e disse que quem vai decidir sobre o futuro da vida conjugal será a apresentadora.
Quem decide é a Ana. Eu não decido nada. Alexandre Correa
O que diz o BO?
Ana Hickmann registrou um boletim de ocorrência por violência doméstica e lesão corporal contra o marido e prestou esclarecimentos na Delegacia Central de Itu, em São Paulo - a 99 quilômetros de distância da capital - no sábado (11).
Splash teve acesso ao documento registrado na delegacia. A polícia foi acionada após a discussão entre o casal, por volta de 15h30, que foi testemunhada por funcionários e pelo filho do casal, de 10 anos. Alexandre teria pressionado Ana contra a parede e a ameaçado com cabeçadas. Segundo o depoimento de Ana, o empresário teria se irritado com uma conversa da esposa com o filho.
Em nota enviada no domingo (12) para Splash, Ana Hickmann afirmou que teve um desentendimento com o marido. "A Polícia Militar foi acionada e a apresentadora foi conduzida até o Distrito Policial para esclarecimento dos fatos. Por meio de sua assessoria de imprensa, Ana Hickmann agradece o carinho e a solidariedade dos fãs e informa que está em casa, bem e felizmente não sofreu maiores consequências em sua integridade física."
Medida protetiva
Ana Hickmann optou por não pedir medida protetiva contra o marido. A investigação, no entanto, vai acontecer independentemente da decisão da apresentadora. A violência doméstica não é uma ação penal condicionada à representação, o que significa que a polícia abre o inquérito e o envia à Justiça mesmo sem a iniciativa da vítima.
Nesses casos, não existe a possibilidade de retirar a denúncia. Uma vez registrada a ocorrência, a Justiça tem o dever de interferir. Outros exemplos de ações penais não condicionadas são homicídio, roubo e estelionato.
Neste ano, foi aprovada a Lei 14.550, que determina a concessão sumária de medidas protetivas de urgência às mulheres que denunciem terem sofrido violência doméstica ou familiar.
Questionado sobre uma eventual linha de defesa, o empresário afirmou que não foi citado em nenhum processo e que não pretende tomar nenhuma medida para tentar evitar uma investigação.
Denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.
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