Mãe e filha acampam para show de Taylor Swift no RJ: 'Não medimos esforços'
Luiza Souto
Colaboração para Splash, no Rio
16/11/2023 04h00
Lia Silveira, 16, estudante do primeiro ano do ensino médio, ocupava na terça-feira (14) a terceira barraca montada na entrada do Engenhão, na zona norte do Rio de Janeiro, e já se mostrava preocupada se conseguiria chegar perto da cantora americana Taylor Swift na próxima sexta (17), quando começam os shows da "The Eras Tour" pelo Brasil.
Sim, Lia saiu do Rio Grande do Sul na última segunda rumo à capital fluminense para realizar o sonho de ver ao vivo a artista predileta, e desde então, está acampada na fila que dá acesso à pista premium. "Vale a pena tudo isso. Quero tentar ficar na frente, é importante vê-la", justifica a fã, que no momento da reportagem estava sozinha.
Até a tarde de terça, segundo Lia, 51 pessoas se revezavam entre as quatro barracas montadas na frente do estádio. A jovem era acompanhada pela mãe, a empresária Gleci Mara Pintos Silveira, 59.
Foi também no Engenhão por onde, uma semana antes, a banda mexicana Rebelde passou, levando dezenas de fãs a acamparem no local. E onde também aconteceram arrastões e assaltos na saída dos dois shows que o grupo fez.
Devido à violência, Gleci contou à reportagem que orçou um segurança para acompanhar a filha durante sua estadia no Rio, mas desistiu quando a jovem resolveu acampar. Ficaria muito caro, ela justifica. Até porque, fora as passagens, a menina gastou R$ 1.000 pelo passaporte, valor que o profissional teria cobrado também para levá-la e buscá-la no estádio.
Mãe não mede esforços pelos filhos, e é uma coisa que ela ama. Eu perdi um filho de 34 anos para a depressão e não consegui fazer tudo por ele, então pela Lia eu faço. Gleci Mara Pintos Silveira
Lia e Gleci estão revezando seu lugar. Uma tia dela mora nas redondezas, e quando precisa a matriarca vai ao local tomar um banho e descansar. Mas Lia não sai dali mesmo sabendo dos perigos da região.
"Segunda ficamos aqui até 1h da manhã, mas passaram umas pessoas meio suspeitas e as outras fãs das barracas resolveram ir para suas casas ou kitnetes. Agora de manhã todo mundo voltou", ela conta. Em sua direção, havia um carro de polícia.
E esse não é o único sacrifício. Trabalhando como caixa na churrascaria da família e em semana de prova na escola, Lia pediu licença nos dois lugares por uma semana para conseguir viajar. Só não disse o motivo aos professores: "Conversando direitinho dá certo".