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OPINIÃO

Aos 40, RBDs mostram que devemos ser nós mesmos e f****** quem achar ruim

RBD: banda se apresentou no Rio de Janeiro e em São Paulo Imagem: Roberto Filho/Brazil News

De Splash, no Rio

20/11/2023 04h00

A etapa brasileira da Soy Rebelde Tour chegou ao fim ontem, em São Paulo. Foi a primeira vez que muitos fãs brasileiros — e eu me incluo nessa — puderam ver a banda nos palcos. Afinal, eles se separaram em 2008, quatro anos após a estreia da novela "Rebelde" e quebrar recordes pela América Latina. Naquela época, muitos fãs eram crianças ou adolescentes.

Os fãs cresceram e agora são jovens e adultos. Anahí, Dulce Maria, Maite Perroni, Christian Chávez e Christopher Uckermann também — eles têm entre 37 e 40 anos. Agora, os RBDs podem ser quem realmente são, sem amarras dos produtores ou empresários. Pelo menos é o que dizem seus discursos nos shows e em entrevistas. Hoje, o quinteto também é um dos donos da marca Rebelde/RBD.

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Aos 40, Christian Chávez é o maior exemplo disso. Quando a banda estourou, ele não podia revelar ser homossexual. Os empresários da banda e executivos da Televisa não achavam adequado — como se fosse preciso esconder. Agora, ele sobe aos palcos com figurino que remete ao universo queer e pode ser quem é de fato. Em seu discurso, ele deixa bem claro.

Homossexualidade não é pecado, transexualidade não é pecado, HIV positivo não é pecado. Você merece ser quem você quer. Se amem, se respeitem. E se alguém não quiser, que se fod*.
Christian Chávez em show no Rio

De certa forma, muitos fãs do RBD se enquadram na mesma realidade que Christian. No passado, não se sentiam confortáveis para serem quem são e hoje, sim. Afinal, ainda vivemos em uma sociedade ainda preconceituosa, seja aqui no Brasil ou lá no México, os dois maiores países da América Latina.

Não é só Christian que exalta a ideia de sermos quem somos. Isso é repetido pelos outros integrantes no palco, que ainda acrescentam outros discursos motivacionais como já faziam há quase 20 anos. Ucker, por exemplo, faz alusão às atuais guerras e pede paz antes de cantar "Inalcanzable". Sim, eles são rebeldes — e ainda cantam a música tema aos 40 —, mas falam bastante de amor.

As meninas agora são mulheres e mães. Anahí tem dois filhos, Manuel, 6, e Emiliano, 3 — que já subiram ao palco da turnê aqui no Brasil. Dulce é mãe de Maria Paula, 2, enquanto Maite deu à luz à pequena Lia há poucos meses. Dulce e Maite precisaram enfrentar comentários negativos sobre o corpo não ser o mesmo de quase duas décadas atrás.

Anahí e Dulce falam sobre sonhos ao cantarem seus grandes sucessos, "Sálvame" e "No Pares", respectivamente. Já Maite, integrante com menor visibilidade no início do grupo na visão de muitos fãs, fala sobre recomeçar do zero quando é necessário após cantar "Empezar Desde Cero". No segundo show do Rio, a morena ainda repetiu um discurso de 2006 no Maracanã: "Não importa sexo, língua e religião, todos somos iguais". A frase foi repetida como um mantra pelo público no Engenhão.

Hoje, 15 anos depois do anúncio do fim da banda, Anahí, Dulce, Maite, Christopher e Christoan ensinam que nunca é tarde para sentir orgulho de quem somos e correr atrás dos nossos sonhos. Se for preciso recomeçar do zero, não há problema. Se alguém se incomodar, o problema é dela.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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