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'Festa de dor', cocaína e demissão: 7 fatos do livro de Geddy Lee, do Rush

Geddy Lee lança sua autobiografia Imagem: Divulgação

De Splash, em São Paulo

22/11/2023 04h00

"Geddy Lee: A Autobiografia" conta os detalhes mais íntimos do baixista de uma das maiores bandas do rock mundial, o Rush.

Lançada recentemente em inglês, e em pré-venda no Brasil, a obra conta histórias inéditas do músico, mas também levou Lee a dar entrevistas e revelar fatos que antes não eram conhecidos.

Para saber alguns dos assuntos que o baixista do Rush tem falado, Splash separou sete fatos recém-revelados por ele.

Adeus ao Neil

Durante uma entrevista ao ator Paul Rudd para a divulgação de seu livro, Geddy Lee foi questionado sobre a última vez que viu o baterista Neil Peart, morto em janeiro de 2020, aos 67, em decorrência de um agressivo câncer.

"Nos últimos meses de vida, Neil escutava diversos álbuns do Rush e ficava analisando, procurando algum detalhe que ainda não havia reparado. Quando ele infelizmente se foi, já tinha analisado todo o trabalho que fizemos enquanto banda", escreveu.

E a última vez que o vi? [respira fundo] ele queria me dizer que estava muito orgulhoso da música que fizemos juntos. Essas coisas são difíceis de falar. E me impressionou demais que, naquele momento em que estávamos sentados na varanda da casa dele. Quando saíamos de lá, não tínhamos como dizer se o veríamos novamente.

Geddy Lee continuou o relato do momento derradeiro ao lado do amigo Peart.

"Ficávamos lá sentados e ele adorava fumar, sempre no mesmo horário. Ficávamos vendo alguns periquitos voando nas árvores ali perto, e somos nerds de pássaros, então podíamos falar sobre aquilo por horas. Mas ele começou a falar sobre aquelas músicas, o quanto significam para ele e o quanto ele queria que eu soubesse disso, que a nossa vida juntos enquanto grupo musical era importante para ele. Achei aquilo lindo."

Neil Peart, do Rush, durante show na Califórnia, EUA, no dia 20 de novembro de 1996 Imagem: Tim Mosenfelder/Getty Images

Cocaína para dar energia

Divulgando a autobiografia no programa Toronto Life, Geddy Lee contou que a fama de "certinhos" dos membros do Rush não era exatamente verdade. Segundo o baixista, eles apenas eram muito melhores em esconder o que poderia ser considerado "errado".

Teve uma vez que tocamos em 23 cidades em 23 noites. Naquele ponto, estávamos usando muita cocaína, só para manter a energia.

Demitido

Na autobiografia, Geddy Lee conta que foi "demitido" do Rush por seus companheiros da banda, em 1969. À época, o Rush era formado por ele e também Alex Lifeson, John Rutsey e Lindy Young.

Para o baixista, disseram que o grupo acabara, mas não foi o que aconteceu.

"Tudo levava a crer que o Rush tinha acabado, embora eu suspeitasse que não haviam me contado toda a história. Tentei não ficar pensando no assunto e comecei a ligar para outros músicos que eu conhecia, procurando alguma coisa, mas, então, em maio, ouvi que Alex, John e Lindy tinham formado uma nova banda chamada Hadrian (por causa do imperador romano Adriano) com um novo baixista chamado Joe. Tudo não passou de uma artimanha. Mentiram na cara dura para mim!", conta no livro.

Após certo tempo, ele foi convidado a voltar.

Os membros da banda Rush Imagem: Reprodução

Inspiração para o livro

Em conversa com o Toronto Life, Geddy Lee falou sobre ter 70 anos e quais foram as inspirações para criar a autobiografia: a morte da mãe e de Neil Peart.

"Minha mãe foi diagnosticada com demência antes da pandemia. Quando finalmente consegui vê-la após o período de isolamento, houve um segundo em que ela não me reconheceu. Isso realmente me assustou. Além disso, o baterista do Rush, Neil Peart, perdeu a batalha contra o glioblastoma em 2020. Observá-lo desaparecer lentamente foi horrível. Essas duas tragédias estavam me atacando. Comecei a pensar na fragilidade da memória e descobri que tinha muito a dizer."

A mãe de Geddy Lee, Mary Weinrib, era sobrevivente do Holocausto e morreu aos 95 em 2021.

"Festa de dor"

Os momentos ruins na vida de Lee parecem ter se intensificado nos últimos tempos, e ele os chamou de "festa de dor". Após a morte de Peart, em 2020, o guitarrista do Rush, Alex Lifeson, contraiu covid-19 e apresentou sintomas graves.

O músico precisou ser internado e, segundo Lee, quase morreu.

Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart (ao fundo) durante show do Rush nos Estados Unidos Imagem: Fin Costello/Redferns

O segredo do casamento

Ainda ao Toronto Life, ele revelou o segredo de um casamento tão longevo: Lee é casado com sua esposa, Nancy, há 47 anos. Para se manterem juntos, o músico conta ter feito até mesmo terapia de casal.

"O respeito um pelo outro é tão importante quanto o amor", disse. "Por um tempo, vivemos em dois mundos separados: Nancy, obcecada por sua carreira na moda e por criar nossos filhos, e eu, na estrada. Não foi uma época fácil. Fizemos terapia de casal."

Vem aí?

Um dos maiores sonhos dos fãs do Rush é ver Alex e Geddy Lee juntos novamente no palco. Antes, eles negavam que isso aconteceria, mas após um elogio de Paul McCartney, é capaz que os dois mudem de opinião.

Em entrevista ao The Washington Post, o baixista contou que a ideia surgiu depois que a dupla se reuniu no palco nos shows de tributo a Taylor Hawkins, no ano passado, em Londres e Los Angeles.

A ideia foi plantada na cabeça de Lee por Paul McCartney, que parabenizou Lee e Lifeson na festa pós-tributo a Hawkins e disse que eles deveriam voltar à estrada.

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