Morre o diplomata Alberto da Costa e Silva, membro da ABL
Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), morreu na madrugada de hoje, aos 92 anos. Considerado um dos maiores africanistas do Brasil, o diplomata, ensaísta e historiador estava em casa, no Rio, e morreu de causas naturais, segundo comunicado divulgado pela ABL. Viúvo, Costa e Silva deixa três filhos. O corpo será cremado amanhã, sem velório.
Legado
Costa e Silva ocupava a cadeira nº 9 da ABL desde novembro de 2000 e presidiu a instituição literária em 2002 e 2003.
O paulista era filho do poeta Antônio Francisco da Costa e Silva e cresceu em Fortaleza e no Rio de Janeiro, tornando-se diplomata pelo Instituto Rio Branco, em 1957.
Publicou livros de poesia e também como historiador. O conjunto da obra rendeu um prêmio Camões ao escritor, em 2014. Escreveu mais de 40 livros, entre poesia, ensaio, história, infanto-juvenil, memória, antologia, versão e adaptação. "A enxada e a lança" (1992) e "A manilha e o libambo" (2002), ambas sobre a África, são suas obras mais conhecidas.
Era considerado o "maior africanista brasileiro vivo", segundo definição da pró-reitoria de Cultura da USP, graças às suas inúmeras obras sobre o continente africano. "Um homem branco, era uma exceção ao se interessar por assuntos culturais e históricos do continente africano", escreveu a pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária, em 2016.
Como diplomata, ele alcançou o auge da carreira ao se tornar embaixador em Lisboa, Bogotá e Assunção, entre os anos 1980 e 1990.
Presidente lamenta
O presidente Lula lamentou a morte de Alberto da Costa e Silva. "Uma nota de tristeza neste domingo com o falecimento de Alberto da Costa e Silva, diplomata, ensaísta, historiador, um dos mais importantes conhecedores da África no Brasil", escreveu Lula na rede social X.
Teve um papel fundamental na necessária aproximação entre o Brasil e o continente africano, de onde nutrimos nossas origens e em cuja ancestralidade alimentamos os nossos saberes.
Presidente Lula
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