Contra cotas raciais e isolamento: quem é o jornalista Demétrio Magnoli?

Demétrio Magnoli, 65, se tornou assunto na internet ao protagonizar uma discussão com Gerson Camarotti durante o Em Pauta, da Globoplay, na última segunda (27). A dupla debatia sobre Flávio Dino (PSB), indicado pelo presidente Lula para o STF, quando Camarotti sentiu que o colega estava debochando dele.

Esta não é a primeira vez que o comentarista se envolve em confusão e polêmicas.

Demétrio Martinelli Magnoli nasceu em São Paulo, em 1958. Ele é jornalista, doutor em geografia humana, sociólogo e escritor.

Publicou seu primeiro livro, "O que é Geopolítica?", em 1986. Em 1997, foi um dos finalistas do prêmio Jabuti, concorrendo com o livro "O Corpo da Pátria: imaginação geográfica e política externa no Brasil, 1808-1912".

Contra contas raciais. Abertamente contra ações afirmativas e cotas raciais, escreveu "Uma Gota de Sangue", livro lançado em 2019, no qual a tese central é de que "ações afirmativas e o movimento negro resultam de uma armação ideológica" (o multiculturalismo), que "conspira contra o princípio da igualdade perante a lei".

Fake News. Em setembro deste ano, Magnoli foi alvo de fake news envolvendo uma possível demissão ao vivo, na GloboNews. Ele estava criticando a possível indicação do ministro da Justiça, Flavio Dino, ao STF. Nas redes sociais, circulava o vídeo do momento e um texto apontando o desligamento, negado pela Globo.

Críticas a protestos de estudantes. Em 2021, fez críticas aos estudantes da USP que reagiram violentamente contra intervenções da Polícia Militar de São Paulo no campus. Magnoli também contestou a escolha de reitor da faculdade pelo voto direto.

Massacre de Charlie Hebdo. Em 2015, quando fundamentalistas mataram jornalistas do jornal francês Charlie Hbedo, Magnoli criticou a posição dos "intelectuais", que ele disse compactuarem com a teoria do "choque das civilizações" para tentar entender o ataque.

Lista de ódio do PT. O nome de Demétrio Magnoli figurou a lista de "personas non gratas" do PT, que foi divulgada em 2014.

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Contra isolamento social. Em fevereiro de 2020, Magnoli escreveu em artigo na Folha de S.Paulo, que o isolamento social da província de Hubei, na China, em decorrência da pandemia da covid-19, era um ato de xenofobia ineficaz. Ele disse a atitude era apoiada pela OMS por interesses políticos, que "representa ameaça maior que o agente biológico da doença" e não deriva do saber científico.

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