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'Fazer cosplay salvou minha vida', diz fã de cultura pop na CCXP 23

José Luiz Dames e Roberto Tadeu Moriama CCXP 23 Imagem: André Zuliani/UOL

André Zuliani

Colaboração para Splash, em São Paulo

02/12/2023 07h40Atualizada em 06/12/2023 15h47

A CCXP reúne todos os anos uma legião de fãs de cultura pop que amam fazer cosplay. Enquanto para alguns é uma oportunidade de celebrar a paixão por seus personagens favoritos, para outros esta cultura tem um significado ainda maior.

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No caso de Roberto Tadeu Moriama, fazer cosplay representou uma nova fase em sua vida. Aos 56 anos, o veterano - que se apresentou a reportagem de Splash como tiktoker - confessou que a cultura de se vestir como um personagem fictício o ajudou a salvá-lo da depressão.

Segundo Moriama, ele é adepto de fazer cosplay antes mesmo de esta cultura se popularizar com esse nome. Frequentador assíduo da CCXP desde a sua primeira edição, ele veio à edição de 2023 com o amigo José Luiz Dames, 56, outro veterano.

A Splash, o tiktoker contou que o cosplay o fez se sentir aceito após vários anos sem conseguir sequer mostrar seu rosto. O contato com as novas gerações de fãs de cultura pop, que também lotam eventos geeks, o incentiva a inovar em suas roupas e continuar exibindo a sua paixão por filmes e séries.

Para Dames, que compartilha a paixão por cosplay com sua esposa, a CCXP é uma oportunidade para a velha geração realizar sonhos antigos: "Antes nós ficávamos babando com os eventos realizados nos Estados Unidos, já que aqui não tinha nada. Quando começou, a comunidade se uniu e criou uma atmosfera incrível, que permite a participação de toda a família."

O veterano, que em sua vida particular trabalha como designer, considera a cultura do cosplay positiva para o mundo. "Aqui todo mundo está feliz, ninguém está brigando ou fica pensando em coisas de fora. Vir para cá [CCXP] traz um sentimento de felicidade, a união de todo mundo que pode ser criança de novo por algumas horas."

É este sentimento de felicidade que continua influenciando Moriama a abraçar o mundo geek e a cultura de cosplay. Para o tiktoker, foi a liberdade de ser quem ele quisesse que salvou sua vida.

"Eu comecei [a fazer cosplay] por causa da depressão. Cheguei a um ponto em que quase cometi suicídio. Eu tive que fazer tratamento e recorri ao cosplay para me curar. Eu não consegui mostrar meu rosto por 30 anos e hoje consigo mostrar por causa desta cultura. Eu me senti aceito. Para mim, isso é cura."
Roberto Tadeu Moriama em entrevista a Splash

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