Projeto leva quadrinhos periféricos ao maior evento de cultura pop do mundo
Ao passar pelo Artists' Valley, na CCXP, é impossível não notar as filas nos estandes dos artistas mais renomados, como o ex-exclusivo da Marvel Mike Deodato ou Ilustralu, premiada na edição do ano passado com o quadrinho Arlindo.
Mas o evento também é uma chance de conhecer artistas que estão começando agora - e nada resume isso melhor que o estande do projeto Narrativas Periféricas.
O projeto ajudou a publicar e divulgar dez quadrinistas iniciantes da periferia de São Paulo. Trata-se de uma parceria da Editora Mino com a Perifacon e a Chiaroscuro Studios, uma das sócias da CCXP. O financiamento foi feito com uma vaquinha online que arrecadou R$ 77.225, mais que o dobro da meta inicial de R$ 30 mil.
O artista Caio Os, 23, explica que passou por oito meses de preparação após ser selecionado pelo projeto. Nesse meio tempo, teve aulas com profissionais do ramo e até um diretor de cinema, tudo para ajudá-lo a elaborar o seu próprio livro.
"Já começamos a trabalhar nas histórias e, ao final do curso, fizemos a edição do quadrinho e fomos mandando as páginas para aprovação da editora Mino", explica Caio, que vem do Jardim Rincão, na zona norte da capital paulista.
Para Diego Gomes, 31, participar da CCXP com o projeto é uma oportunidade única de divulgação: "Não sou muito de redes sociais, então aqui está muito bom. Não esperava que fosse assim".
Caio também está feliz com o reconhecimento de sua arte no evento: "Tem gente que conhecia minha arte de outros lugares mas não acompanhava, e reconheceu aqui. Fora as pessoas que me conheceram aqui, está sendo muito bom".
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