Entre altos e baixos, CCXP sobrevive graças aos fãs após quase 10 anos
Estive presente nas dez edições da CCXP. Vou ao evento desde a primeira vez, quando a feira ainda era chamada de Comic Con Experience, e prometia uma versão menor da grande convenção de cultura pop que acontece anualmente em San Diego, nos EUA.
A impressão, desde sua edição de estreia, é que se tratava de algo despretensioso: juntar umas marcas "descoladas", colocar uns pôsteres restos dos estúdios que sobraram e reunir nerds. No entanto, o evento foi se expandindo e, hoje, é o maior da América Latina, sendo um dos maiores do mundo.
Não podemos descartar que o Brasil é um país de grande interesse quando falamos em consumo de entretenimento. Mas, com a adesão dos fãs brasileiros, o público brasileiro se tornou algo no qual as marcas e estúdios começaram a ficar cada vez mais de olho.
A fórmula da CCXP deu tão certo por aqui, com uma presença tão massiva de visitantes, que a Netflix criou a sua própria convenção, o Tudum, que aconteceu de maneira nacional, em janeiro de 2020. O evento deu tão certo que se tornou algo anual do streaming, com lançamentos internacionais e exibição global.
O sucesso dessas feiras no Brasil, é claro, é uma boa dose de profissionalismo. São milhares de pessoas passando por um local, ao longo de cinco dias, não dá para ser amador. Mas, o crescimento exponencial de público e marcas presentes acontece porque os fãs nunca decepcionam.
Até mesmo em 2020 e em 2021, quando as respectivas edições aconteceram de maneira virtual, em decorrência da pandemia do coronavírus, houve audiência. Os nerds nunca abandonaram o evento.
Em 2023, foi o mesmo. Os ingressos estavam esgotados e o medo da greve dos atores não terminar a tempo da convenção pairava no ar. Não se sabia que nomes importantes do cinema estariam presentes. Porém, isso não incomodou o público, que desde sempre me mostrou presente e prestativo ao evento.
Para sorte de todos, a greve acabou e artistas de peso marcaram presença na décima edição, como Jason Momoa, Zendaya, Zack Snyder, Eli Roth, Kurt Russell e mais.
Mas, se eu tivesse que apostar, mesmo que eles não viessem ao Brasil, a CCXP 23 teria sido épica. E a "culpa" é do fã.
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