Primavera Sound: o que deu certo, o que ficou devendo e os melhores shows
A segunda edição paulistana do Primavera Sound 2023 aconteceu neste final de semana no Autódromo de Interlagos, com shows de The Cure, The Killers e muito mais.
O QUE FUNCIONOU
- Distribuição de água e protetor solar, ainda mais com poucos pontos de sombra;
- Acesso fácil e rápido entre os palcos;
- Pouca muvuca, movimento maior à noite;
- Acústica boa -- dava para ouvir bem isolado o som de cada palco, um não atrapalhava muito o outro apesar de alguns horários coincidirem;
- Filas para as ativações estavam grandes, mas se movimentaram rapidamente.
O QUE PODE MELHORAR
- Ruim o festival não divulgar antecipadamente os preços dos produtos à venda para as pessoas se programarem
- Preço (padrão), mas caro dos produtos: R$ 160 uma camiseta de banda, por exemplo.
- Muito sol e não tinha nenhuma sombra, não tinha como entrar nos estandes se não pegasse muita fila;
- Filas gigantes para os brindes;
- Intervalo muito curto entre os shows de palcos diferentes;
- Policiamento podia ser melhor no entorno de Interlagos, principalmente na saída do festival.
E a música?
Um festival sem tantas atrações como um The Town ou um Lollapalooza, o Primavera Sound se destaca pela diversidade de estilos e por apontar tendências, uma característica do seu DNA. No seu segundo ano em São Paulo, mudando do Anhembi para Interlagos, apostou em headliners do primeiro time, The Killers e The Cure, mas não desvirtuou muito no resto do cardápio.
O americano Killers, com duas décadas de estrada, lapidou sua performance através dos anos para uma mistura bem equilibrada de rock épico e pop irresistível. No comando, o carismático cantor Brandon Flowers, que sabe todos os caminhos possíveis para ganhar o público. No caso do inglês The Cure, na ativa desde os anos 1980, a coleção de hits faz seu show tocar a memória afetiva da plateia. E conta também com um vocalista arrebatador, Robert Smith, e uma banda impecável em uma apresentação grandiosa, que deixa fãs hipnotizados por 2h30.
O punk das antigas teve representantes nos dois dias, com os suecos do Hives e os americanos do Bad Religion. Também existiu uma parelha de artistas inovadores, cada um na sua vibe com apresentações impecáveis: Marisa Monte, no sábado, e o americano Beck, no domingo.
Teve a maluquice pós-punk-rock-progressivo-jazzística do Black Midi e o shoegaze do Slowdive, que infelizmente não contou com a voz de Rachel Goswell, que, com uma infecção, esteve no palco tocando instrumentos e fazendo mímica. Houve Soccer Mommy, uma voz feminina que dá o tom no indie atual, e Blessed Madonna, jovem DJ que manteve a pista animada ao mesmo tempo que Robert Smith hipnotizava os do rock no palco ao lado.
Entre as pratas da casa, o Cansei de Ser Sexy fez um show de retorno no sábado com uma calorosa recepção de antigos e novos fãs. E Marina Sena fez a plateia derreter no domingo, com seu repertório dançante e sensual, num jogo de sedução que a cantora ganhou de goleada.
Se o Pet Shop Boys aqueceu o coração de quem esperava para dançar seu caminhão de hits, quem foi a Interlagos no domingo viu ao vivo a confirmação do talento e da graça da canadense Carly Rae Jepsen, que estreou bem demais no Brasil. KL Jay, DJ dos Racionais, lotou a tenda TNT, e a cantora americana Kelela colocou no bolso o público do palco São Paulo. E vale destacar o potente show de MC Bin Laden, com MC Mari, e a extravagância divertida de Dorian Elektra.
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