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Advogado nega envolvimento de Alexandre Pires com garimpo ilegal

Alexandre Pires: advogado fala pela primeira vez sobre investigação da Polícia Federal Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

05/12/2023 15h49

O advogado de Alexandre Pires, 47, falou pela primeira vez sobre a operação Disco de Ouro, em que o cantor é investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento com garimpo ilegal em terras indígenas, negando o envolvimento do cantor.

"Na qualidade de advogado do cantor e compositor Alexandre Pires, vimos a público, diante das notícias veiculadas pela mídia em geral, esclarecer que o cantor Alexandre Pires não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena", diz a nota oficial assinada pelo advogado criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso.

"Destacamos que o referido cantor e compositor é uma das mais importantes referências da música brasileira, sendo possuidor de uma longa e impecável carreira artística", completou.

"Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente operação da Polícia Federal que indevidamente envolveu seu nome", informou o advogado na sequência.

Por fim, salientamos que o cantor e compositor Alexandre Pires jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça brasileira.
Luiz Flávio Borges D'Urso

O que aconteceu?

Alexandre Pires e seu empresário, Matheus Possebon, são investigados pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento com o garimpo ilegal em terras indígenas Yanomami.

O empresário do cantor foi preso preventivamente pela Polícia Federal, em Santos (SP), logo após desembarcar do cruzeiro temático do artista.

Pires teria recebido pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada pelo garimpo. Já seu empresário é suspeito de financiar a exploração na Terra Indígena Yanomami e seria um dos "responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes", aponta a PF.

A investigação foi aberta no ano passado depois que a PF apreendeu quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente. O material, recuperado em janeiro de 2022, estava na sede de uma das empresas suspeitas e seria enviado ao exterior.

Endereços ligados a Pires e Possebom foram alvo de buscas ontem, na Operação Disco de Ouro. A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de até R$ 130 milhões em bens dos investigados, mas não há detalhes de quanto desse valor pertence aos dois.

O esquema de garimpo ilegal movimentou R$ 250 milhões. Os policiais cumpriram dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC).

O que é a cassiterita?

A cassiterita é encontrada na forma de rocha bruta. Ela costuma ser vendida na forma de um pó concentrado, obtido após o processo de mineração.

Ela também é útil para a extração de estanho, metal usado principalmente na produção de chapas, tubos e fios.

A PF afirma que os investigados pela extração em terras Yanomami teriam montado um esquema para dar aparência de legalidade ao garimpo. A cassiterita seria extraída no território indígena em Roraima, mas declarada no papel como originária do Rio Tapajós.

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