Produtor de 'Fallout' recebeu conselho de irmão famoso para fazer adaptação
Um dos desafios da série inspirada nos jogos "Fallout" foi adaptar os gráficos dos jogos. Em conversa com Splash, Jonathan Nolan, produtor executivo e responsável pela direção dos três primeiros episódios, diz que pegou dicas valiosas com seu irmão — ninguém menos que Christopher Nolan. "A computação gráfica pode enganar os olhos, mas não engana o instinto", diz o diretor de "Oppenheimer".
Jonathan questionou o irmão sobre a qualidade da fotografia ao realizar uma explosão nuclear com efeitos práticos em "Oppenheimer". "Isso é o cúmulo do comprometimento com a fotografia prática. Ele [Christopher] respondeu que a computação gráfica pode enganar os olhos, mas não engana o instinto. Você não consegue uma resposta emotiva, mesmo com os melhores efeitos de computação."
Um dos desafios da produção de "Fallout" foi adaptar os gráficos dos jogos e lidar com as expectativas dos fãs dos games. "Sinto uma pressão extraordinária. Para aliviar a pressão, preciso lembrar que são coisas diferentes. Isso é a série de 'Fallout', que existe de forma independente no universo dos jogos", explica Ella Purnell, intérprete de Lucy.
A protagonista é uma das habitantes dos bunkers que se aventura no mundo de fora. "Ela é um reflexo dos valores do vault. Ela tem esse espírito otimista americano, acredita que todos são bem-intencionados. Ela é trabalhadora e corajosa, de sua própria forma. Não posso dizer por que ela sai do vault, mas quando ela sai, ela entra no contraste do mundo de fora e precisa decidir: ela vai se adaptar ou vai morrer?"
Ella Purnell faz parte do elenco de "Arcane", adaptação de "League of Legends" (Netflix), e compara os dois trabalhos. "'Fallout' é um pouco diferente porque são personagens que não existiam, eles são nossos."
A produção de "Fallout" teve a colaboração de Todd Howard, desenvolvedor dos jogos, que elogiou a produção da série. "Enquanto escrevíamos, Todd disse que parecia que estávamos fazendo 'Fallout' 5. Esse é o melhor elogio que poderíamos ter recebido. Estamos abrindo novos caminhos ao invés de reutilizar coisas antigas", conta o roteirista Graham Wagner.
Wagner revela que fez questão de manter o humor dos jogos na série. "A premissa, por si só, já é engraçada. O que acontece quando você terceiriza a sobrevivência da raça humana para uma empresa privada? As coisas ficam estranhas, isso é engraçado. Se estivessem jogando bombas atômicas na Terra e tivéssemos uma hora para viver, eu tenho certeza que teríamos tweets engraçados. Essa é a natureza humana."
O roteirista diz ainda que histórias sobre o apocalipse atraem atenção, pois realiza um desejo mórbido das pessoas. "Sabe quando você está com raiva na fila do banco e se pergunta como seria se tudo explodisse? É algo que sempre nos perguntamos: o que aconteceria se tudo isso acabasse? O papel de uma série pós-apocalíptica é relembrar as pessoas que nada de bom aconteceria."
A série, que estreia em 12 de abril de 2024 no Prime Video, se passa 200 anos após um apocalipse nuclear. Quem tinha dinheiro conseguiu se abrigar em bunkers luxuosos chamados vaults, mas agora seus descendentes são obrigados a retornar à paisagem estranha e violenta que seus ancestrais deixaram para trás.