Mesmo com sucesso, diretor acha Aeroporto: Área Restrita difícil de gravar
Aeroporto: Área Restrita é um sucesso da Warner. A quinta temporada já está disponível na HBO Max e, desta vez, mostra a rotina e os bastidores da Receita Federal de três dos maiores aeroportos do Brasil: Guarulhos, em São Paulo; Viracopos, em Campinas (SP); e Galeão, no Rio de Janeiro.
As gravações de cada um dos anos demora, em média, de três a quatro meses, e sempre depende da disponibilidade do aeroporto.
Em entrevista exclusiva a Splash, a diretora de conteúdo não-ficção da WBD, Adriana Cechetti, falou sobre a dificuldade e conseguir acesso ao interior dos locais para as gravações, mesmo após cinco anos de sucesso.
A cada temporada, a gente negocia os acessos e as participações, mas é uma série bem difícil de gravar, em termos de negociação, justamente porque precisamos gravar nessa 'área restrita'.
Adriana Cechetti
O diretor-geral da série, Roberto d'Avilla, revelou que o desafio de conseguir trabalhar da maneira que gostaria foi o que inspirou o título da produção. "Para gravarmos a primeira temporada, foi preciso de 37 autorizações diferentes. Foi então que surgiu a ideia de chamar de Área Restrita, porque é um lugar muito difícil."
A tratativa nem sempre é fácil e, durante a terceira temporada, a Polícia Federal não participou mais do programa. Segundo d'Avilla, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro não autorizava a participação da PF na televisão. Por outras mudanças institucionais, os agentes da Receita Federal ganharam novas funções e começaram a usar coletes a prova e bala e andarem armados.
Questionado sobre cachê, o diretor garante que nenhum agente que aparece em Aeroporto: Área Restrita recebe qualquer compensação por aparecer no programa.
Personagens
O sucesso da produção, segundo d'Avilla e Cechetti, está atrelado aos personagens. Ou seja, os agentes que aparecem. Um exemplo é o agente Anderson Leme, sempre presente nas temporadas, mas que está de fora na quinta.
"Esses agentes acabaram virando ídolos. As pessoas tiram fotos com eles, tem pessoas que querem ser paradas na alfândega só para falarem com os agentes", contou d'Avilla. "Essas relações humanas são o grande diferencial da série."
Para os executivos, essa aproximação do público com os agentes é uma maneira, também, de passar credibilidade do trabalho da Receita Federal. Como o caso de Mario de Marco, auditor da Receita Federal responsável por barrar a entrada de joias no Brasil que estavam atreladas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Quando a operação foi revelada, o fato do agente ser presença corriqueira no programa fez com que o assunto se espalhasse ainda mais.
"Foi algo muito positivo para a imagem da Receita e do programa todo, porque a gente tem uma pessoa importante no programa que a gente confia", concluiu o diretor.
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