'Público mais colorido que outros festivais': veja como foi o Juntas, em SP
A lista de atrações ecléticas do Juntas Festival no domingo (10) foi do Recife da cantora Joyce Alane ao funk carioca de Valeska Popozuda e Deize Tigrona, passando pelas baladas românticas de Vanessa da Mata e Liniker.
No espaço, bares e restaurantes montados em tendas matavam a fome e a sede dos 5 mil presentes. No centro do gramado, mesas e bancos de madeira transformavam o espaço num lounge.
O sol deu uma trégua às 15h40, quando Joyce Alane abriu a tarde de shows, enquanto o público ainda chegava no espaço reservado para as atrações musicais. "Para quem não me conhece, eu sou Joyce e eu vim para ficar", disse a cantora com um vestido verde de babados e botas prateadas. A plateia reagiu com gritos.
O projeto "Você Não É Meu Amor", que será lançado ainda em dezembro, tem refrãos empoderados como "não, acho que não dá para escolher você" e "aqui não", ou moderninhos como "eu acho que eu me expus demais" e "tentei parar, mas minha cabeça não deixa, minha cabeça quer continuar". "Estamos ansiosos para lançar esse projeto no YouTube", ela contou antes de ir curtir os próximos shows no meio da multidão. Sua versão de "Beleza Pura", de Caetano Veloso, levanta as saias longas de suas cangas no gramado para dançar.
Joyce emenda em um brega muito conhecido em Recife: "Não devo nada a ninguém". "Posso fazer o que quero, ninguém manda em mim, não vai ser você", cantou. É daí que pediram empoderamento?
"Tinha mais gente preta e cabelos black".
Vanessa da Mata entrou no palco às 17h, com a área destinada ao público já tomada de gente. Começou o show com a percussão de "Foice". "Nessa zoeira tem de ser são/ água benta em todos os cantos", ela cantou, como em uma oração. Nos hits como "Não Me Deixe Só", "Ainda Bem" e "Segue o Som", o público estava contagiado: "Gosto que dance comigo num passo pequeno, pura curtição", respondia Vanessa, com direito a coreografia. O setlist ainda tinha versão de Belchior de "Comentário a Respeito de John", que traduz a famosa frase de John Lennon "A Felicidade é uma arma quente".
E do Charlie Brown Jr, "Céu Azul". "Chorão é um dos caras mais musicais que já conheci", disse Vanessa, que compôs todas as outras músicas da apresentação.
"Do palco, deu para ver que a plateia do Juntas é mais colorida. Achei que tinha mais gente preta e cabelos black do que nos outros festivais", contou Vanessa. A cantora afirma que sempre andou com muitas mulheres e reforçou a importância de falar sobre os relacionamentos abusivos com outras mulheres para se proteger. "As mulheres ficam presas do lado primitivo e violento do machismo. As nossas avós diziam 'antes só do que mal acompanhado' e isso faz mais sentido do que nunca. A gente não pode mais aceitar isso.
Conviver com amigas ajuda", ela contou em entrevista exclusiva a Splash. Vanessa lança música nova no dia 5 de janeiro nas plataformas digitais e o público pode esperar mais novidades para 2024, que ela ainda não pode revelar.
Apesar do ventinho gelado, Valesca Popozuda mudou a energia do local às 18h30 com seus clássicos debochados e a participação de Deize Tigrona. De "Beijinho no Ombro", sucesso dos anos 2010, a "Atoladinha" e outros hits do funk dos anos 90, a plateia ferveu. Valesca afirmou que se emociona com seus bailarinos dançando no palco —cheio de efeitos no telão com projeções e muita fumaça.
Deize subiu cantando "Monalisa", que conta a história de um relacionamento violento, emendando duetos com Valesca. A música que encerrou a apresentação foi "Mama", parceria com Catra, cuja voz entra em uma gravação no palco.
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Quero receberLiniker fechou a noite às 20h30, com o gramado lotado, apesar da chuva forte que caiu no parque. "Psiu", "Baby 95"e "Calmô" fizeram o público esquecer o frio e, vestindo capas de chuva, curtir a apresentação cantando com a artista.
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