Cancelado em 2023, Especial de Natal do Porta dos Fundos já causou polêmica
É tradição: o fim de ano se aproxima e mais um Especial de Natal do Porta dos Fundos também. Eles fazem sátiras com passagens da Bíblia e abordam temas como racismo, machismo e homossexualidade, causando revolta em parte dos religiosos e conservadores. O projeto de 2023, mesmo gravado, foi cancelado pelo "timing não ser adequado" devido à guerra entre Israel e Hamas.
Relembre os especiais mais polêmicos
"Te Prego Lá Fora" (2021): Em desenho animado, o especial disponível na Paramount+ retratou Jesus Cristo (Rafael Portugal) tentando superar dilemas comuns aos adolescentes. Conservadores criticaram a obra de ficção porque mostrou Cristo indo a um prostíbulo e falando sobre pornografia. O especial ainda questionou o que aconteceria se ele fosse uma mulher.
"A Primeira Tentação de Cristo (2019)": Veiculado na Netflix, esse foi o especial que mais causou polêmica. No roteiro, Jesus Cristo (Gregório Duvivier) se descobre gay e começa a namorar outro rapaz, Orlando (Fábio Porchat). Além disso, Deus foi retratado como mentiroso. Isso despertou a ira de representantes religiosos, como os da Record, e de políticos, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). O grupo foi alvo de um atentado em uma antiga sede. O prédio foi atacado por bombas e teve um princípio de incêndio controlado.
"Se Beber, Não Ceie" (2018): O primeiro especial a ser disponível na Netflix ganhou amplitude nacional. Ele provocou revolta de religiosos por satirizar um episódio bíblico usando como inspiração o filme "Se Beber, Não Case". A história mostrou apóstolos acordando de ressaca no dia seguinte à última ceia e percebendo que Jesus Cristo havia sumido. O filme ganhou o Emmy Internacional na categoria melhor comédia.
"A Arca de Noé" (2017): Narrado como falso documentário, o especial contou como Deus interpelou Noé para construir sua famosa arca. No vídeo, Deus chega por acaso — ele queria mesmo era falar com o padre Fábio de Melo — e precisa lidar com um construtor picareta e preguiçoso, que usa madeira MDF em vez madeira tradicional e estoura os prazos para criar a embarcação.
"Jesus Cristo" (2015): Quatro esquetes baseadas na trajetória de Jesus são apresentadas no roteiro, com Fábio Porchat interpretando o filho de Deus da lavagem de pés até a pós-crucificação. José (Duvivier) e Maria (Clarice Falcão) vão a um programa de TV para revelar a Cristo que, na verdade, ele é filho de Deus (Gabriel Totoro), com direito a teste de DNA e barraco no ar — mesma energia do Programa do Ratinho.
"O Velho Testamento (2014)": O especial de 2014 trouxe uma entrevista com Inri Cristo e histórias adaptadas do Antigo Testamento. No roteiro, em uma delas, Deus (Porchat) tenta convencer Moisés (Luis Lobianco) a escrever os Dez Mandamentos, mas na pele de um homem negro (Babu Santana). Racista, ele duvida que está diante do Todo-Poderoso e só se convence quando ele volta na figura de homem branco (Porchat).
"Especial de Natal" (2013): Em seu primeiro especial natalino, o Porta dos Fundos retratou, entre outras passagens, Jesus Cristo (Duvivier) apresentando aos pais (Júlia Rabello e Antonio Tabet) uma seguidora, Maria Madalena (Letícia Lima), como se fosse uma namorada. Ele tenta desconversar quando o assunto cai na profissão da moça, supostamente uma prostituta — versão nunca confirmada pela Igreja. Foi a primeira polêmica envolvendo o Porta dos Fundos e a Igreja.
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